Itapoá, cidade litorânea de Santa Catarina, está se preparando para realizar uma monumental intervenção: o alargamento de sua praia, que pode se tornar uma das maiores do mundo. Com custos estimados em até R$ 400 milhões, a obra se assemelha à realizada na costa do Mar do Norte, na Holanda, famosa pelo projeto conhecido como sand motor, uma mega-alimentação artificial de areia.
A magnitude da obra em Itapoá é impressionante. Estima-se que serão movimentados pelo menos 15 milhões de metros cúbicos (m³) de areia, um volume cinco vezes superior ao da intervenção em Matinhos (PR), atualmente a maior do Brasil. Além disso, supera em muito o alargamento realizado em Balneário Camboriú, que movimentou 2,2 milhões de m³ de sedimentos.
O projeto para o alargamento da praia de Itapoá está pronto há quase cinco anos.
Um estudo realizado na região identificou que o canal para acessar o porto foi o principal responsável por intensificar o processo erosivo, resultando na redução alarmante da faixa de areia. Em algumas áreas, a erosão é tão avançada que é impossível caminhar pela beira da praia.
Outras cidades de Santa Catarina também enfrentam desafios similares. Balneário Camboriú, por exemplo, está se preparando para uma nova intervenção após três anos da finalização do engordamento da praia. A medida, que custou R$ 66,8 milhões, será complementada por um novo aterro de R$ 3,5 milhões para evitar o avanço do mar.
Santa Catarina já realizou sete obras de alargamento de praia desde 1998, quando a primeira foi feita em Balneário Piçarras. A cidade passou por novas intervenções em 2008 e 2012 e se prepara para uma quarta em 2024, com custo estimado em R$ 16,5 milhões. Além disso, outras quatro obras estão em fase inicial ou com projetos em análise, totalizando um investimento de pelo menos R$ 368,3 milhões.