Instituto Água e Terra inicia atualização do Plano de Manejo da APA de Guaratuba, no Litoral

Redação Litorânea
Imagem: Reprodução/PMG

Nesta quinta-feira, 02 de fevereiro, o Instituto Água e Terra, o IAT, iniciou o processo de atualização do Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental do Município de Guaratuba, no Litoral do Paraná; de acordo com informações, as primeiras oficinas e audiências públicas ocorreram no final de janeiro.

De acordo com um levantamento do Instituto Água e Terra, cerca de 75% da Área de Proteção Ambiental de Guaratuba é composta por área úmidas; por conta disso, a APA é reconhecida pelo Ministério do Meio Ambiente como sendo um Sítio Ramsar.

O Instituto afirma que dos 53 mil hectares da área, 40 mil hectares são formados por uma interface entre ambientes terrestres e aquáticos, permanente ou periodicamente inundados ou com solos encharcados por águas doces, salobras ou salgadas, com comunidades de plantas e animais adaptados à sua dinâmica hídrica.

De acordo com o Instituto essa é a única área administrada pelo Estado com a classificação internacional Ramsar; sendo que os outros dois pontos no Paraná são federais: a Estação Ecológica de Guaraqueçaba, também no Litoral, e o Parque Nacional de Ilha Grande, na divisa entre o Paraná e o Mato Grosso do Sul.

Conforme informações divulgadas, o território da Área de Proteção Ambiental de Guaratuba foi classificado pelo Governo Federal como Sítio Ramsar no ano de 2017 por ser, em grande parte, envolvido em áreas de baixas altitudes.

Esse reconhecimento internacional é o principal instrumento para proteger áreas úmidas e habitats aquáticos importantes para a conservação de diversas espécies, principalmente aves migratórias ou com risco de extinção, como o Papagaio-de-cara-roxa, Maria-catarinense e o Bicudinho-do-brejo.

Ainda conforme as informações divulgadas, no total foram registradas pelo Instituto Água e Terra cerca de 322 espécies de aves na Área de Proteção Ambiental do Município de Guaratuba, sendo que 14 destas espécies estão ameaçadas de extinção em nível global.

O reconhecimento e a classificação de áreas com essa característica foram estabelecidos na Convenção sobre Áreas Úmidas de Importância Internacional em 1971, em Ramsar, no Irã; conforme informações, o Brasil se tornou signatário desse acordo no ano de 1996.

Entre os objetivos da convenção está estabelecer marcos para ações para promover a conservação e o uso racional das áreas, de acordo com o reconhecimento da sua importância ecológica e dos seus valores social, econômico, cultural, científico e recreativo.

Conforme o Ministério do Meio Ambiente, o Brasil conta com 27 áreas úmidas com o título; entre os principais benefícios da classificação internacional estão a possibilidade da elaboração de projetos e financiamentos para a melhoria da área com prioridade na implementação de políticas públicas.

A iniciativa integra o pacote de ações para comemorar o Dia Mundial das Áreas Úmidas, celebrado todo dia 2 de fevereiro; por fim, o IAT promoverá campanhas educativas e distribuirá materiais informativos sobre a proteção dos Guarás na próxima sexta-feira, 03 de fevereiro, no Município de Guaratuba.

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