A equipe de jornalismo da Rádio Litorânea acompanhou de perto um caso revoltante que expõe o descaso com a saúde pública em Guaratuba. Vanessa Teixeira, mãe do pequeno Léo, de apenas 11 anos, vive há mais de uma década uma rotina de luta e resistência. Léo sofre de paralisia cerebral, tetraplegia e crises convulsivas severas que exigem acompanhamento médico constante em Curitiba.
Na manhã da última terça-feira (22), Vanessa seguia com seu filho para uma dessas consultas quando, no meio da BR-277, uma das mais movimentadas do estado, a ambulância simplesmente parou de funcionar. Um risco gravíssimo à vida de Léo, que depende de cuidados especiais e não pode ser exposto a situações de estresse e calor intenso.
O caso ganhou repercussão após Vanessa relatar nas redes sociais que, na volta para casa, a situação piorou, foram obrigados a retornar em uma ambulância lotada, com mais cinco pessoas a bordo, o que é inaceitável para uma criança em condição tão delicada.

Em entrevista ao repórter Fernando Carrer, Vanessa contou que, desde o nascimento do filho, marcado pela ausência de um obstetra na Santa Casa, nunca recebeu apoio algum das autoridades locais. Na época, a prefeita era Evani Justus, e segundo ela, nunca sequer houve retorno diante dos inúmeros pedidos de ajuda.
A mãe ainda revelou à nossa equipe que já mostrou vídeos do estado das ambulâncias ao atual prefeito, Mauricio Lense, que teria reagido com desdém, dizendo apenas: “se quiser postar, pode postar”. A indignação aumenta ao saber que o município recebeu duas ambulâncias emprestadas de Curitiba, destinadas ao SAMU, enquanto duas próprias, que deveriam atender diretamente à população, continuam paradas mesmo com licitação em andamento.
Ambulâncias com vidros quebrados, sujas, sem condições mínimas de higiene ou segurança estão sendo utilizadas para transportar pacientes em estado grave, como Léo. A pergunta que fica é, quais são as verdadeiras prioridades da gestão municipal?
O caso de Léo é mais que um alerta, é um pedido urgente por humanidade, responsabilidade e ação. Até quando crianças como Léo terão que pagar com a própria saúde pelo descaso da atual gestão, que deveria protegê-las?