O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, o Imazon, por meio de um levantamento realizado através do Sistema de Alerta de Desmatamento, o SAD, afirma que, de janeiro a setembro de 2022, a área de floresta derrubada na Amazônia Legal atingiu 9.069km².
Os dados do Instituto Imazon mostram que a área de floresta desmatada na região, que corresponde a 59% do território nacional, foi a maior dos últimos 15 anos; o número de 9.069km² desmatados representa um número quase oito vezes maior que a Cidade do Rio de Janeiro.
De acordo com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, os satélites usados são mais refinados que os dos sistemas do Governo; eles são capazes de detectar áreas devastadas a partir de 1 hectare, enquanto os alertas do Inpe levam em conta áreas maiores que 3 hectares.
Essa é a 5ª vez, consecutiva, em que o desmatamento atingiu o pior patamar entre janeiro e setembro desde que o Imazon implantou o seu sistema de alerta, no ano de 2008; ainda de acordo com os dados, a degradação florestal causada pela extração de madeixa e pelas queimadas cresceu quase 5 vezes.
Os dados do Imazon apontam que a área degradada passou de 1.137km² em setembro de 2021, para cerca de 5.214km² em setembro de 2022, representando uma alta de 359%; ademais, em setembro, apenas dois Estados concentraram 96% da área degradada na Amazônia.
Ainda conforme os dados do Imazon, na área degradada na Amazônia Legal, o Estado do Mato Grosso teve 74% do território afetado, totalizando 3.865km² de área desmatada; já o Estado do Pará teve 22% do território afetado, totalizando 1.127km² de área desmatada, incluindo áreas de preservação e territórios indígenas demarcados ou em processo de demarcação.
Somente em setembro 1.126km² de floresta foram devastados, isso equivale há quase três vezes o tamanho do Município de Belo Horizonte; a taxa também é a terceira pior nos últimos 15 anos, ficando atrás apenas de 2020 e 2021; deste montante, o Estado do Pará foi responsável por 553km² do montante.
O Instituto ressalta que, no Estado, a destruição está progredindo para a Região Norte e aproximando do maior bloco de áreas protegidas do mundo, o que representa uma grande ameaça à biodiversidade amazônica e aos povos e comunidades tradicionais da Região.