O Instituto Água e Terra (IAT) está sujeito a uma multa de mais de R$ 835 mil imposta pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) devido a intervenções na restinga na orla de Matinhos, no litoral do Paraná.
As ações realizadas pelo IAT fazem parte do projeto de Recuperação da Orla de Matinhos, que envolveu a retirada do ecossistema de restinga. De acordo com o instituto estadual, a vegetação removida seria replantada em um momento posterior.
O Ibama aplicou duas multas ao IAT, alegando que o órgão estadual promoveu a disseminação de uma espécie exótica, Clusia fluminensis, na área destinada à recomposição da restinga. Essa ação foi considerada prejudicial ao ecossistema costeiro estabelecido no local. A espécie Clusia fluminensis é endêmica do Brasil, especialmente da região litorânea dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
O plantio da espécie exótica Clusia fluminensis, no entanto, não é característico da restinga nativa do estado do Paraná, conforme apontado pelo Ibama
O IAT, por sua vez, emitiu uma nota afirmando que ainda não foi notificado sobre as decisões do Ibama relacionadas à Orla de Matinhos. O instituto ressaltou que, quando receber a notificação, irá fornecer esclarecimentos técnicos para demonstrar que as ações executadas durante as obras estavam em conformidade com as condições estabelecidas no licenciamento ambiental. Isso inclui a ampliação da área de restinga em quase cinco vezes, com o uso de espécies nativas do litoral para a recomposição.