IAT estabelece parceria com a UFPR Litoral para projeto de conservação da restinga

Fernando Carrer
Fonte: AEN

O Instituto Água e Terra (IAT) se tornou parceiro de um projeto de extensão coordenado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), campus Litoral, em Matinhos, que promove educação ambiental e conservação da vegetação de restinga. O programa “Arboreto-Escola: Restinga” envolve a implantação de um arboreto no Colégio Estadual Paulo Freire, localizado em Pontal do Paraná, e é desenvolvido com apoio técnico e com mudas fornecidas pelo órgão ambiental, vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest).

O espaço reunirá várias espécies típicas da região para trabalhar com os estudantes a importância da conservação da vegetação, além de auxiliar o IAT a desenvolver técnicas de restauração e aprimorar a produção de mudas de restinga, que atualmente é feita em pequena escala pelo Instituto. A construção do arboreto está prevista para começar ainda neste ano – as mudas que serão plantadas no local já estão sendo cultivadas no viveiro do órgão, em Morretes.

“Depois que as mudas atingirem o tamanho adequado, elas serão levadas para o colégio para um período de aclimatação às condições típicas da restinga, como a exposição ao spray marinho e maior incidência solar. Além de ser um processo que aumenta as chances de sucesso do plantio, as crianças poderão ajudar a cuidar das mudas nessa fase, uma vivência que ajudará a desenvolver responsabilidade ambiental nos estudantes”, afirma a bióloga da Gerência de Restauração Ambiental do IAT, Ana Paula Delitsch.

O coordenador do projeto e professor do curso de Licenciatura de Educação do Campo da UFPR Litoral, Fernando Bechara, reitera a importância da educação ambiental para a preservação da vegetação.

“A restinga ainda é um ecossistema pouco estudado, mas que possui uma importância grande para a natureza, ajudando na contenção da maré e da areia, contribuindo para a biodiversidade do Litoral. E como no Litoral do Paraná as regiões de restinga ficam muito próximas aos ambientes urbanos, envolver a comunidade no processo com o arboreto ajudará a proteger essa vegetação”, explica o professor.

As mudas que serão plantadas no espaço incluem espécies herbáceas e arbustivas como a Erva-baleeira (Varronia curassavica), a Capiguara (Blutaparon portulacoides), a Centrosema (Centrosema virginianum), a Salsa-brava (Ipomoeapes-caprae), a Orelha-de-onça (Pleroma urvilleanum), e a Soja-da-praia (Sohoroa tomentosa).

Como parte do projeto, o IAT também já forneceu mudas para distribuição em eventos educativos da universidade, acompanhadas de um panfleto informativo sobre a importância da restinga. Está prevista também a implementação de áreas demonstrativas de restauração no Balneário Shangri-lá, também em Pontal do Paraná, que serão usadas pelo Instituto para testar diferentes técnicas de restauração.

“Esse é um projeto que aproxima a comunidade local de práticas reais de restauração e das atividades exercidas pelo IAT, uma integração que contribui tanto para a formação de cidadãos mais conscientes quanto para a qualificação dos projetos de recuperação ambiental no Paraná”, complementa Ana Paula.

PARCERIAS – Além da participação do IAT, o projeto conta com o apoio da Eco Pontal Cooperativa de Catadores de Resíduos Recicláveis e do campus de Paranaguá da Universidade Estadual do Paraná (Unespar).

Na colaboração, a cooperativa coleta cocos descartados pelos veranistas nas praias de Pontal do Paraná, que depois são transformados com o auxílio da universidade em fibra de coco. O material é então usado tanto para a produção de adubo quanto para a confecção de tapetes de proteção para as mudas usadas na restauração. Além disso, a fibra tem aplicações em oficinas educativas, como na confecção de cocodamas, atividade artesanal onde uma muda é plantada em um recipiente construído com os restos do fruto.

“Esse projeto envolve uma parceria com vários atores sociais do Litoral, trabalhando em áreas diferentes, mas de forma conjunta em torno da proteção e restauração da restinga, algo muito importante para o desenvolvimento da região litorânea”, complementa Bechara.

ARBORETO – A proposta tem por objetivo destinar espaços exclusivos para a proteção da diversidade arbórea, possibilitando que os visitantes aprendam sobre os diferentes usos da floresta, bem como sua interação com o meio ambiente. É um local aberto ao público, destinado à educação ambiental, pesquisa e fins recreativos, como uma sala de aula ao ar livre, onde pode ser transmitido o conhecimento técnico sobre espécies florestais.

PARANÁ MAIS VERDE – A ação integra o programa Paraná Mais Verde, que incentiva o plantio de mudas de espécies nativas do Paraná como forma de aliar o desenvolvimento ambiental, econômico e social, bem como incentivar a população a plantar árvores, seja em área urbana ou rural, para colaborar no equilíbrio do clima. As mudas são plantadas em locais que precisam ser recuperados ou mais bem arborizados.

São seis linhas de atuação: Revitaliza Viveiros, Viveiros Socioambientais, Incentivo a Espécies Ameaçadas de Extinção, Datas Comemorativas, Parques Urbanos e Poliniza Paraná.

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