Governo do Rio Grande do Sul confirmou 21 mortes devido ao ciclone

Cleomar Diesel
reprodução

A passagem do ciclone extratropical que atingiu o estado na segunda-feira (4) deixou um rastro de destruição e mortes. Desse total, 15 óbitos ocorreram apenas na cidade de Muçum, na região central do estado.
De acordo com a Defesa Civil estadual, o Corpo de Bombeiros encontrou 15 corpos ao vistoriar uma casa nesta terça-feira (5). Outras seis mortes foram confirmadas entre segunda (4) e esta terça, em cidades do Norte do RS.

Passagem do ciclone no RS

21 mortos;
3.084 desalojados;
1.650 desabrigados;
67 cidades afetadas.

Mais de 85% da cidade de Muçum foi atingida pelas águas. Em razão do nível do rio que abrange a região, moradores precisaram ser resgatados em cima de telhados e forros das casas. O nível da água atingiu o centro da cidade, alagando residências, escolas, estabelecimentos comerciais e hospitais.
Por questões de segurança, a energia elétrica do município foi cortada. De acordo com a prefeitura, também não há sinal de telefone. O município possui quatro acessos por estradas e todos estão interditados.

magens mostram inundação no Vale do Taquari após passagem de ciclone — Foto: Maurício Tonetto/Secom

Segundo informações da Defesa Civil estadual, na tarde desta terça-feira (5) cinco aeronaves realizavam resgates no Vale do Taquari. Muçum, Roca Sales, Lajeado, Cruzeiro do Sul ainda tem pessoas em situação de risco para salvamento.

Com as águas baixando, a entidade acredita que pode ter mais vítimas fatais confirmadas nas próximas horas.

Há preocupação com o retorno da chuva na quinta-feira, já que o solo segue úmido. E tem risco de novos deslizamentos de terra, diz a Defesa Civil.

No sistema da Defesa Civil, até a tarde desta terça, estavam cadastradas 16 pessoas que não foram encontradas pelos parentes. Essa confirmação só é feita com a equipe chegando no local, e esse trabalho está sendo feito ao longo do dia, explica o órgão.

Cidades mais atingidas
?Roca Sales
A cidade de Roca Sales sofreu com uma forte enchente, o que fez com que, durante a madrugada, a prefeitura pedisse para que os moradores subissem nos telhados das residências. “Pedimos que quem consiga suba nos telhados e se agasalhe, o auxílio profissional do estado só virá nas primeiras horas da manhã”, informava um comunicado publicado em uma rede social da prefeitura.

?Muçum
Ainda na noite de segunda-feira (4), o prefeito de Muçum, Mateus Trojan, publicou um vídeo pedindo para que moradores de áreas alagadas deixassem suas residências e procurassem abrigo. Segundo a prefeitura, o nível do Rio Taquari pode chegar a 25 metros, o que seria a maior enchente da história da cidade.

?Farroupilha e Nova Roma do Sul
Na Serra, uma ponte de ferro desabou com a força da correnteza no Rio das Antas, entre Farroupilha e Nova Roma do Sul.

?Santo Cristo
Em Santo Cristo, na Região Noroeste, a tempestade danificou pelo menos cinco casas e galpões. De acordo com o Corpo de Bombeiros Voluntários da cidade, a chuva durou cerca de cinco minutos, e as pedras de granizo deixaram telhados esburacados.

?Coqueiros do Sul
Em Coqueiros do Sul, na mesma região, um galpão que funcionava como mercearia foi destelhado pelos ventos fortes e chuva. Não houve registro de feridos.

?Cruz Alta
Em Cruz Alta, também no Noroeste, choveu 51 milímetros, o que causou alagamentos. Pelo menos cinco casas ficaram alagadas e outras duas foram destelhadas. Famílias da cidade receberam lonas do Corpo de Bombeiros.

?Cachoeira do Sul
Em Cachoeira do Sul, na Região Central do RS, uma casa foi atingida por um raio e ficou parcialmente danificada. A Defesa Civil prestou socorro ao morador, que não ficou ferido.

?São Jorge
Já em São Jorge, há registro de alagamentos em toda cidade, com cerca de 90 pessoas desalojadas.

?Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Nova Bassano
Caxias do Sul e Bento Gonçalves registraram alagamentos e queda de árvores por conta da chuva. Em Nova Bassano, na mesma região, pelo menos duas pessoas ficaram ilhadas devido ao aumento do nível do rio.

?Nova Prata

Um morador de Nova Prata registrou o momento em que uma casa foi arrastada pela água do rio. De acordo com a Defesa Civil da cidade, a imagem retrata a comunidade de Capela São Belin, que foi tomada pela água do Rio Sabiá. A casa que é vista no vídeo estaria abandonada. O município ainda faz o levantamento dos impactos do temporal na população.

Compartilhe este Artigo