O Governo do Paraná está prestes a submeter ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) os estudos atualizados referentes ao traçado da Nova Ferroeste. Os estudos foram elaborados pela Coordenação do Plano Ferroviário Estadual desde novembro de 2021 e compreendem mais de 700 páginas, detalhando 27 melhorias no traçado original, seis no ramal entre Cascavel e Foz do Iguaçu e 21 no trecho entre Maracaju (MS) e Paranaguá.
Essas mudanças foram incorporadas após considerar as demandas das audiências públicas, das entidades setoriais e das prefeituras, que solicitaram ajustes no projeto, como aumentar a distância entre os trilhos futuros e áreas em desenvolvimento ou que possuem fragmentos de mata nativa. Em algumas localidades, como Fernandes Pinheiro, Palmeira, Assis Chateaubriand e Guarapuava, o traçado foi modificado para evitar o corte de árvores como perobas, araucárias e imbuias de grande porte.
As modificações também buscam reduzir o impacto das desapropriações. Um exemplo é a passagem em Guaraniaçu, próximo a Cascavel, onde 43 domicílios que estavam na rota da ferrovia foram excluídos do trajeto. Na proposta inicial, o projeto afetaria 2.655 propriedades, incluindo sítios, fazendas, indústrias, comércios e residências. Com as mudanças, houve uma diminuição de 19,5%, reduzindo o total para 2.473 propriedades.
Outra importante alteração é a redução de 21% na supressão de mata nativa em relação à proposta inicial, que já havia sido construída seguindo padrões ecológicos. Por exemplo, o trecho de 55 quilômetros Serra do Mar será construído com o uso de túneis e viadutos, visando minimizar os impactos sobre a fauna e a flora da região.
O coordenador do Plano Estadual Ferroviário, Luiz Henrique Fagundes, destaca que o refinamento do projeto é uma parte natural do processo de licenciamento e que as melhorias foram significativas. Ele salienta a importância das modificações para reduzir o impacto ambiental e melhorar a convivência entre as ferrovias e as cidades.
O projeto da Nova Ferroeste, também conhecido como Corredor Oeste de Exportação, busca unir os estados do Sul e Centro-Oeste, conectando Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Paraná, além de beneficiar Argentina e Paraguai. Após 20 meses na fase de obtenção da Licença Prévia Ambiental junto ao governo federal, novos estudos foram realizados para incorporar sugestões e ajustes técnicos, refletindo a busca pelo menor impacto ambiental e socioeconômico possível.
A Nova Ferroeste é um projeto de transporte sustentável, que preza pela preocupação com o meio ambiente, sendo o único projeto de infraestrutura de transporte no mundo a integrar a Iniciativa de Mercados Sustentáveis ligada à Coroa Britânica. Estudos independentes também destacaram a elegibilidade do projeto para a emissão de títulos verdes, ressaltando seu compromisso com a sustentabilidade.
Com 1.567 quilômetros de novos trilhos, a Nova Ferroeste irá conectar importantes regiões produtoras de grãos, indústrias de proteína animal e o Porto de Paranaguá. Essa ferrovia moderna e eficiente promete impactar positivamente a economia, reduzindo o “custo Brasil” em cerca de 30%. O projeto está na fase de obtenção da Licença Prévia Ambiental, após a qual será submetido a leilão para construção e exploração da nova malha ferroviária por 99 anos.
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