Golfinho-pintado-do-Atlântico resgatado em praia do Paraná morre após horas de cuidados intensivos

Cleomar Diesel
Imagem Ilustrativa

Um golfinho-pintado-do-Atlântico encalhou vivo na praia de Pontal do Sul, em Pontal do Paraná, mobilizando a equipe do Laboratório de Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Paraná (LEC/UFPR) via Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS). Após quase sete horas de trabalho, a equipe não conseguiu salvar a vida do animal.

A equipe multidisciplinar PMP-BS/UFPR foi ao local para atendimento e resgate do golfinho, que foi avaliado na praia e transportado para o Centro de Reabilitação, Despetrolização e Análise de Saúde de Fauna (CRED/UFPR) para tratamento intensivo. No centro de reabilitação, o animal recebeu cuidados em um recinto específico para golfinhos, com tanque de água salgada e temperatura controlada para proporcionar maior conforto e estabilidade. O golfinho foi medicado, mas infelizmente não resistiu e acabou morrendo após quase sete horas de esforços da equipe.

Para uma avaliação mais completa do estado de saúde do animal, a equipe do laboratório coletou amostras que serão utilizadas para análises complementares de parâmetros ecológicos e de saúde. O médico veterinário responsável pelo atendimento, Fabio Lima, explicou que o golfinho apresentava alterações na frequência respiratória e cardíaca, além de diversas lesões na pele, especialmente na região do rosto, flancos, nadadeira dorsal e caudal, indicando interação com atividade humana.

O golfinho resgatado era um macho com cerca de 2 metros e apresentava indícios de problemas de saúde que serão investigados mais detalhadamente. No entanto, a causa principal da morte está relacionada à captura em rede de pesca. As interações entre golfinhos e a pesca podem ser acidentais, mas atualmente são a principal causa do declínio das diferentes populações e espécies de golfinhos em todo o mundo. A doutora Camila Domit, coordenadora do PMP-BS/UFPR, ressaltou que “a ameaça à conservação da espécie relacionada à interação com atividades pesqueiras exige múltiplos esforços para sua redução”.

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