A sobrevivência das quatro crianças indígenas na selva amazônica foi um verdadeiro milagre. Depois de perderem três adultos no trágico acidente de avião que os deixou sozinhos em um ambiente hostil por mais de um mês, esses jovens ainda conseguiram encontrar forças para vencer uma série de desafios em meio à floresta tropical. A farinha de mandioca que retiraram do avião e as frutas da região foram suas principais fontes de alimentação naqueles dias difíceis, enquanto cobras e mosquitos representavam ameaças para a saúde das crianças.
Mas, além das necessidades físicas, as quatro crianças também precisaram lidar com a solidão e o medo. Não sabiam se algum dia seriam encontradas, ficando à mercê do ambiente inóspito. Felizmente, uma força-tarefa mobilizou centenas de pessoas, entre militares, autoridades e voluntários, para resgatá-las.
O mais significativo dessa missão é que ela obrigou dois grupos até então opostos, militares e indígenas, a trabalharem juntos em prol do mesmo objetivo. Trata-se de um feito importante em um país marcado historicamente por conflitos sociais e questões relacionadas a terras indígenas.
O exemplo de sobrevivência trará marcas para a história da Colômbia, segundo declaração do presidente Gustavo Petro, e serve de modelo para todos nós. Mesmo em situações adversas, é possível encontrar algum recurso para atravessar momentos de crise. Além disso, a união da sociedade em torno de um propósito comum, buscando soluções para os problemas que afligem uma comunidade, é um caminho viável para a superação de obstáculos em qualquer lugar do mundo.
Espera-se que, após receberem os cuidados necessários no hospital, as crianças possam retomar suas vidas e suas tradições. O apoio espiritual e cultural é fundamental para traumas como esse. E que o cão de resgate, Wilson, possa ser encontrado também, já que foi um companheiro importante nas primeiras dores da selva. Enfim, que esse final feliz seja apenas o começo de uma trajetória de paz e coletividade na Colômbia