Expansão portuária: São Francisco do Sul e Itapoá na rota dos meganavios

Cleomar Diesel
MSC Irina está entre os maiores cargueiros do contêineres do mundo (foto: Divulgação)

São Francisco do Sul e Itapoá, dois municípios estratégicos da costa catarinense, estão em busca de uma obra que pode transformar significativamente o cenário portuário da região. A iniciativa visa a dragagem do acesso à baía da Babitonga, com o objetivo ambicioso de colocar os portos locais na rota dos meganavios, imponentes cargueiros ainda inéditos nas águas brasileiras.

Esses gigantes dos mares, com quase 400 metros de extensão, carregam consigo mais do que o dobro da capacidade dos navios convencionais que atualmente transitam pelos terminais da Babitonga. E a profundidade do canal é a chave para abrir as comportas para essas embarcações de porte colossal.

O Porto de São Francisco do Sul, em parceria com o Porto Itapoá, está montando um modelo para viabilizar os recursos necessários para a dragagem do canal externo, uma empreitada estimada em R$ 300 milhões. Entretanto, o início das obras ainda é uma incógnita, pendente de uma série de aprovações e licenças, incluindo a tão aguardada licença ambiental de instalação pelo Ibama.

Os desafios são proporcionais à magnitude do projeto. Remover 12,6 milhões de metros cúbicos de sedimentos é apenas uma parte do desafio. A outra metade dos resíduos será utilizada no alargamento da praia de Itapoá, num exemplo de como o desenvolvimento portuário pode ser aliado ao cuidado com o meio ambiente.

Se concretizada, a dragagem poderá não apenas atrair meganavios para a região, mas também desafogar o tráfego na BR-101, já que uma rodovia estadual ampliada pode se tornar uma alternativa viável. No entanto, antes de vislumbrar esse cenário, há um longo caminho a percorrer, com órgãos reguladores e entidades fiscalizadoras aguardando para dar o sinal verde a essa ambiciosa empreitada.

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