Ex-Comandante do Corpo de Bombeiros de Guaratuba, major Ícaro Gabriel Greinert, coordena operação de busca no Vale do Taquari

Cleomar Diesel
Foto: CBMPR

O Major Ícaro Gabriel Greinert, ex-comandante do Corpo de Bombeiros de Guaratuba e atual comandante do Grupo de Operações de Socorro Tático (GOST), compartilhou sua experiência na operação de busca e resgate no Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul, destacando a extrema dificuldade da missão.

No domingo (24), 22 bombeiros militares e três cães que atuaram na Operação Vale do Taquari retornaram para casa. Essa equipe será substituída por dois pares de cães com condutores e um bombeiro de apoio. O Paraná continuará oferecendo apoio até que todas as nove pessoas desaparecidas sejam encontradas.

A utilização dos cães se tornou a principal estratégia nas atividades de busca devido ao cenário atual na região do Vale do Taquari. As vítimas visíveis, como as que estavam em barrancos ou na água, já foram localizadas pelas equipes de segurança.

“Neste momento, acreditamos que as vítimas desaparecidas estejam sob escombros. Para localizá-las, só revirando esses escombros ou com a ajuda dos cães”, explicou o Major Ícaro Gabriel Greinert.

A equipe paranaense conseguiu localizar duas vítimas durante essa fase da operação, indicando que as vítimas ainda desaparecidas podem estar soterradas de alguma forma. O apoio dos cães, como Mali, foi fundamental nesse processo.

Desde a passagem do ciclone extratropical pelo Rio Grande do Sul, em 4 de setembro, causando danos significativos devido a ventos fortes e enchentes, o Paraná vem fornecendo apoio contínuo às forças de segurança locais. Foram realizadas operações de busca, salvamento e ajuda humanitária, especialmente em áreas de difícil acesso, com a assistência de um helicóptero. Até agora, essa operação mobilizou 85 bombeiros e seis cães da Corporação, além de 15 viaturas e uma aeronave.

O Major Ícaro Gabriel Greinert testemunhou de perto a devastação no Rio Grande do Sul e descreveu o ambiente caótico como a principal dificuldade enfrentada. “Quando chegamos, o Rio Taquari ainda estava muito alto, com uma área de enchente muito extensa. Era um cenário de destruição, ruas sujas, casas destruídas, uma situação muito complicada”, disse ele.

O desafio foi acentuado devido à extensão dos danos causados, tornando difícil a identificação de áreas prioritárias para a localização das vítimas desaparecidas. O comandante do GOST enfatizou que a operação continua e será uma tarefa árdua e minuciosa nos próximos dias.

Embora o Major não se sinta à vontade em usar a palavra “positivo” para descrever a participação do Corpo de Bombeiros do Paraná no Vale do Taquari, ele reconhece que a equipe desempenhou um papel importante para o estado vizinho. “Recebemos feedback muito positivo de nossa participação, tanto do Corpo de Bombeiros gaúcho, prefeituras e moradores locais. É reconfortante saber que nosso trabalho fez a diferença em meio a essa tragédia”, afirmou.

A passagem do ciclone extratropical é considerada a pior tragédia natural na história do Rio Grande do Sul, com mais de 100 cidades registrando estragos causados pelo temporal, deixando centenas de feridos e desabrigados, bem como mais de 10 mil edificações atingidas pelas enchentes. A operação de busca e resgate continuará nas próximas semanas, enquanto as comunidades locais se recuperam dessa catástrofe.

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