A instituição Internet Watch Foundation (IWF) divulgou um relatório que mostra que, apenas nos primeiros seis meses deste ano, foram publicadas na internet 19.760 selfies de crianças, com idade entre 7 e 10 anos, com conteúdo de nudez ou sexual. O número representa um aumento de 360%, em comparação ao mesmo período de 2020. Para a instituição, esse aumento representa uma “emergência social e digital”.
Entre o grupo de crianças de 11 a 13 anos, o número de imagens é ainda maior. No primeiro semestre de 2022, foram descobertas pela instituição mais de 56 mil fotos do tipo, um aumento de 107%, em relação a 2020.
As imagens encontradas e analisadas pela IWF, em geral, são filmadas em vídeo, por meio de chats na internet, em que crianças conversam com adultos ou crianças mais velhas e são coagidas a tirar a roupa, mostrar partes do corpo ou performar atos inadequados. Depois, os vídeos e fotos são compartilhados pela rede. Em alguns casos, as crianças são chantageadas e, desta forma, sentem-se obrigadas a fazer fotos e vídeos ainda mais explícitos e enviar aos aliciadores.
“Não podemos simplesmente aceitar, ano após ano, que imagens sexuais de crianças possam ser trocadas sem restrições online. As crianças não têm culpa. Muitas vezes, elas são coagidas, enganadas ou pressionadas por abusadores sexuais”, declarou Susie Hargreaves, da IWF, que monitora a web em busca de imagens de abuso infantil. A instituição também cria uma lista de páginas que podem ser bloqueadas pelos provedores de internet. “Precisamos atacar essa criminalidade de várias direções, incluindo fornecendo apoio aos pais e cuidadores, para que tenham discussões positivas sobre o uso de tecnologia e abuso sexual”, disse Hargreaves
4 maneiras de proteger seu filho de abuso sexual online
1. Se o seu filho tem um perfil em alguma rede social ou usa serviços de troca de mensagens, não deixe os dados liberados para quem não é amigo e não coloque muitas fotos.
2. Converse com seu filho sobre o uso da internet. Se precisar, ative filtros de segurança no computador.
3. Fique sempre por perto quando seu filho estiver navegando e saiba quais são os sites que ele visita. Se for necessário, verifique o histórico com alguma frequência.
4. Fique atento ao comportamento de seu filho. Mudanças bruscas, apesar de não comprovarem que algo de errado está acontecendo, podem representar fortes indícios. Voltar a fazer xixi na cama, ter brincadeiras violentas com bonecas e medo de ficar sozinho com adultos, apresentar comportamento mais “sexualizado” e problemas na escola são alguns destes sinais.