Escândalo sexual derruba Ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida

Cleomar Diesel

O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi demitido nesta sexta-feira (6) após uma série de denúncias de assédio sexual envolvendo funcionárias e até mesmo a colega de Esplanada, Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial. A decisão foi tomada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que afirmou não tolerar comportamentos criminosos em seu governo.

Professora Denuncia Abuso Sexual

A professora Isabel Rodrigues, em relato ao Diário do Poder, denunciou que foi vítima de abuso sexual cometido por Silvio Almeida em 2019. Segundo Isabel, Almeida, que era seu amigo, a violentou durante um encontro, levantando sua saia e a tocando de forma inapropriada. A professora afirmou que o ato a afetou profundamente, levando-a a buscar terapia. “A violência sexual sofrida há cinco anos foi tema em sessões de terapia […] Pensei muitas vezes em denunciar, mas o medo me impediu”, disse Isabel.

Estudantes Também Relatam Abusos

Além das acusações de Isabel, estudantes da Universidade São Judas Tadeu, em São Paulo, onde Almeida lecionou, relataram que o ministro fazia propostas de encontros sexuais em troca de melhorias nas notas de alunas que corriam risco de reprovação. Os casos teriam ocorrido entre 2007 e 2012.

Nota da Presidência da República

A Secretaria de Comunicação da Presidência divulgou uma nota informando que, diante das graves denúncias, o presidente Lula decidiu pela demissão de Silvio Almeida. A nota ressalta que o governo considera insustentável a manutenção do ministro no cargo, dada a natureza das acusações.

Além disso, a Polícia Federal abriu um protocolo de investigação sobre o caso, e a Comissão de Ética Pública da Presidência também instaurou um procedimento preliminar para esclarecer os fatos. “O Governo Federal reitera seu compromisso com os Direitos Humanos e reafirma que nenhuma forma de violência contra as mulheres será tolerada”, conclui a nota.

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