Dois empresários foram condenados por adicionar água ao leite para disfarçar que o alimento estava impróprio para o consumo. De acordo com a denúncia recebida e julgada pelo Poder Judiciário, os dois atuavam em uma empresa de laticínios de Princesa, no Oeste. As condenações são resultado da Operação Leite Adulterado III, de 2014. Cabe recurso.
A sentença é de 8 de março e foi divulgada na quinta-feira (16). A defesa de Silvério Tomazzi, feita pelo advogado Clóvis Filhos, afirmou que vai recorrer. O Tomazzi foi condenado a seis anos, 11 meses e 10 dias de detenção. O outro recebeu a sentença de seis anos e oito meses de detenção. Ambos em regime inicial semiaberto.
A denúncia contra os réus foi feita pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). O primeiro sinal de alerta ocorreu em setembro de 2012.
Donos e gerentes desses laticínios e funcionários de transportadoras são suspeitos de fraudar a qualidade do leite adicionando produtos químicos como sódio puro, soda cáustica, citrato e peróxido sódio para alterar a validade original dos produtos. Outros produtos químicos com alto teor tóxico que alteravam a acidez e pH do leite também eram utilizados.
Em 2014, a empresa recebeu mais visitas. Nessas ocasiões, conforme a denúncia, foram constatadas irregularidades como a adição da água ao leite, presença de antibióticos no alimento, acidez elevada e teor baixo de lactose.
No total, houve flagrante de produto impróprio para consumo por 17 vezes, de acordo com a denúncia. O destino final do leite era a indústria do Rio Grande do Sul.
Segundo o MPSC, 50 pessoas foram ouvidas nesta fase dos interrogatórios, que investiga empresas suspeitas de adulterar leite. A operação investiga 12 empresas, uma com sede na cidade de Iraí, no Rio Grande do Sul, e as demais em Santa Catarina.