Empresário de SC suspeito de desviar R$ 2,5 Mi na compra de medicamento para câncer é preso

Cleomar Diesel
Foto PC PR

Na manhã desta terça-feira (16), um empresário de 43 anos foi preso no município de Caçapava (SP), no Vale do Paraíba, suspeito de desviar R$ 2,5 milhões destinados à compra de medicamentos para uma criança com câncer no Paraná. A operação foi uma ação conjunta entre as polícias civis do Paraná e de São Paulo.

O empresário possui uma empresa registrada em Joinville, no Norte de Santa Catarina, especializada em importação, exportação e distribuição de medicamentos. A prisão ocorreu em uma casa em Caçapava, e outros dois suspeitos foram detidos no Rio Grande do Sul. Além disso, seis mandados de busca e apreensão foram cumpridos simultaneamente em Caçapava (SP), São Gabriel (RS) e Porto Alegre (RS), conforme informações da Polícia Civil do Paraná.

O Caso do Suposto Golpe

Os medicamentos em questão, Danielza e Leukine, deveriam ser importados da Índia para a pequena Yasmin, de apenas 11 anos, residente em Cascavel (PR). Devido ao elevado custo dos medicamentos, a família de Yasmin conseguiu na Justiça que o governo do Paraná arcasse com a importação.

Um escritório de advocacia, representando a família, selecionou a empresa de Joinville para realizar a importação, e esta recebeu os valores diretamente do governo do Paraná. No entanto, a medicação nunca chegou ao seu destino, segundo a Polícia Civil do Paraná. “Não se sabe para onde foi esse dinheiro e a medicação também não foi fornecida,” afirmou a delegada Thais Regina Zanatta em entrevista à RIC TV.

A empresa de Joinville contratou uma segunda importadora para fazer a compra dos remédios, mas os prazos de entrega não foram cumpridos. Daniele Campos, mãe de Yasmin, relatou que houve atrasos e o medicamento fornecido não era o solicitado.

Relatos da Família

Segundo Daniele, havia esperança de receber os produtos no final de abril. “Chegou a data de 29 de abril e a advogada passou pra mim que já estava tudo certo, que a medicação já estava no Brasil, e até dia 10 de maio ela já estaria aqui no hospital, onde a Yasmin faz o tratamento,” disse Daniele. No entanto, o dia 10 de maio chegou e o medicamento não. “Dia 23 de maio a advogada me passou que estava chegando pra gente uma das medicações. São duas medicações que têm que ser feitas em conjunto. Mas a data de vencimento dela era para junho,” explicou Daniele.

Investigação em Curso

A delegada Thais Regina Zanatta não descarta a participação do escritório de advocacia no esquema. “Essa empresa não é a empresa costumeira de fazer a importação desta medicação para outros pacientes aqui do Brasil,” explicou Zanatta. As investigações continuam com o apoio das polícias civis de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.

A prisão do empresário e a continuidade das investigações buscam esclarecer o destino dos recursos e garantir a justiça para a família de Yasmin, que ainda aguarda a medicação necessária para o tratamento da criança.

Compartilhe este Artigo