Pesquisadores que monitoram os animais marinhos em Santa Catarina encontraram 72 tartarugas-verdes mortas no Litoral Norte do Estado no mês de junho. As causas dos óbitos dos animais que puderam ser necropsiados variam entre a captura de rede de pesca, interação com o lixo, colisão com embarcação e agressão.
As informações foram repassadas no sábado (8) pelo Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) Univille, no trecho 5, na região Norte do Estado.
Do total de tartarugas mortas, 32 estavam nas praias de São Francisco do Sul. Em Itapoá, o número chegou a 30. Já na área entre o litoral de Balneário Barra do Sul e Araquari foram dez animais mortos localizados.
A tartaruga-verde saiu da lista de animais ameaçados de extinção em 2022, segundo o governo federal. Com a atualização, ela passou para a categoria de quase ameaçada.
A população de tartarugas-verdes que habita a Baía Babitonga, no Litoral Norte de Santa Catarina, é de indivíduos jovens, com a carapaça entre 30 a 50 centímetros. Nesta fase, elas se alimentam de algas, são herbívoras e raramente são vistas em alto mar.
Segundo o PMP-BS, durante a investigação sobre a causa da morte dos animais os pesquisadores encontraram resíduos de plástico no estômago em intestino dos animais. Outras tartarugas tinham marcas visíveis de interação com petrechos de pesca, já que os pescoços de algumas delas estavam inchados por conta de estrangulamento.
Em relação à hipótese de vandalismo, um animal foi encontrado sem a carapaça, o que revela o indício de remoção do casco. Segundo a legislação brasileira, o ato pode ser caracterizado como crime ambiental.
No comunicado, o PMP-BS afirmou que o cenário de animais mortos se repete ano após ano. E entre as principais ameaças às populações das tartarugas marinhas está a captura acidental e a poluição dos oceanos.