Diferenças entre águas-vivas e caravelas

Redação Litorânea
Foto: SESA

Águas-vivas e caravelas pertencem a um mesmo grupo de animais – o dos cnidários, palavra grega que significa “urtiga que queima”. Ambas têm tentáculos e um corpo gelatinoso. O que as diferencia é essencialmente o tamanho e a cor (ou a ausência dela).

As caravelas, cujo nome científico é Physalia Physalis, contam com tentáculos que podem chegar a até 40 metros de comprimento e dois de diâmetro – aliás, o nome “caravela” ou “caravela portuguesa” deve-se à semelhança desse animal com a embarcação do mesmo nome, que chegava a ter 25 m de comprimento. Já as águas-vivas, em geral, são menores, embora também variem de tamanho. É preciso ter em atenção que, quanto maior for o tentáculo, mais grave pode vir a ser a lesão que os cnidários causam na pele humana, com machucados, chamados popularmente de “queimaduras”, que podem ultrapassar os vinte centímetros de diâmetro. Portanto, as caravelas são mais perigosas e, em casos raros, podem mesmo ser fatais para a vítima.

Além do tamanho, é possível distinguir a caravela da água-viva pela cor. A água-viva é transparente, difícil de enxergar na água, passando frequentemente despercebida. Já as caravelas apresentam uma bolsa de cor púrpura ou azulada que flutua acima da linha da água, sendo facilmente visíveis.

foto: sesa

Ambas são capazes de envenenar a pele humana. Os seus tentáculos injetam uma substância tóxica, a partir de células microscópicas, que causam dores e lesões parecidas com a de uma queimadura. Trata-se na verdade de uma reação alérgica do nosso organismo, que, em casos mais graves, pode vir acompanhada de arritmias, náuseas e necrose do tecido. Outra característica em comum é a capacidade de envenenar até 24 horas fora da água, na areia da praia.

As espécies mais venenosas de águas-vivas pertencem à classe Cubozoa. Entre elas está a Chiropsalmus quadrumanus, que chega a ter mais de 10 centímetros de diâmetro e é uma das mais comuns no litoral de Santa Catarina.

Primeiros socorros

Os acidentes com caravelas e águas-vivas são, em geral, de pequena a média gravidade. Ainda assim, eles representam um grande transtorno para os banhistas e exigem atenção e cuidados.

Se você sentiu as dores do veneno sob a forma de uma sensação de ardência, saia da água imediatamente, para evitar novo contato com o animal. Não tente retirar os tentáculos com um pano, nem tocar diretamente no animal – o ideal é usar luvas e uma pinça. Esfregar a pele também está proibido, pois pode liberar ainda mais veneno.

Depois de sair da água, o que você deve fazer é lavar a área afetada com bastante água salgada. O vinagre também ajuda a neutralizar a ação do veneno.  A dor e o desconforto normalmente vão melhor após 20 minutos, mas pode ser necessário até um dia para que desapareçam completamente.

Lembre-se: não use água potável ou água mineral, pois elas podem ajudar o veneno a se espalhar pelo corpo e aumentar a dor. Urina, pasta de dentes, pomadas e bebida alcoólica devem ser evitados – eles não têm eficácia comprovada no tratamento.

Em caso de sintomas como febre, enjoo, tontura, cefaleia, dor de cabeça, vômito e arritmia cardíaca, você deve procurar um médico.

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