A colheita do milho segunda safra começou no Paraná, mas o avanço dos trabalhos está travado pelas chuvas frequentes e pelos dias nublados, que impedem a perda de umidade dos grãos. Segundo o presidente da Aprosoja PR, Eduardo Costa Cassiano, menos de 1% da área foi colhida até agora. A expectativa é que os trabalhos ganhem ritmo apenas a partir da próxima semana, quando o clima deve melhorar.
Cassiano explica que o ciclo da safra foi marcado por extremos climáticos. As lavouras mais precoces enfrentaram uma estiagem prolongada, que afetou o enchimento das espigas. Já as áreas plantadas mais tarde conseguiram aproveitar as chuvas do fim do ciclo e devem apresentar melhores produtividades. “Será uma boa safra, mas não uma super safra”, avalia. Estimativas como a da Conab, que projetavam 15,9 milhões de toneladas, podem não se concretizar.
Além da seca, outras adversidades afetaram a produção. “Tivemos ventos fortes que causaram tombamento em algumas áreas, chuvas de granizo e dois eventos recentes de geadas, com temperaturas abaixo de 2°C, o que ainda traz risco para lavouras implantadas mais no final do plantio”, relata.
No mercado, o momento também é desafiador. Com a pressão da colheita, os preços do milho recuaram significativamente. “Agora o melhor é aguardar. A queda de produção pode ajudar na recuperação dos preços mais adiante”, recomenda Cassiano. Ele aponta que as margens estão apertadas tanto para o milho quanto para a próxima safra de soja.
Sobre a soja 2025/26, o presidente da Aprosoja PR diz que os produtores já realizaram a maior parte das compras de insumos, mas com menor intensidade de tecnologia em função dos custos e da expectativa de rentabilidade reduzida. “Vai ser mais uma safra de margem apertada”, conclui.