Um relatório recente do Centro de Apoio Científico em Desastres (Cenacid), da Universidade Federal do Paraná (UFPR), revelou que a maioria dos deslizamentos significativos ocorridos nas estradas do litoral paranaense entre outubro de 2022 e março de 2023 ocorreu em áreas que já haviam enfrentado movimentos de massa nos últimos 25 anos.
O estudo, que inicialmente focou na queda de rochas na BR-277 em outubro de 2022, foi posteriormente ampliado para analisar deslizamentos ocorridos na Estrada da Graciosa e na BR-376 nos meses seguintes. Os pesquisadores observaram que alguns locais onde ocorreram os deslizamentos já haviam sido alvo de ações corretivas anteriormente, sugerindo que medidas protetivas e preventivas não foram devidamente implementadas ou mantidas ao longo do tempo.
Renato Eugênio de Lima, diretor do Cenacid, ressaltou a importância de aprender com os eventos passados e buscar respostas mais eficazes para evitar a repetição desses deslizamentos, pelo menos nos mesmos locais. Ele afirmou: “Muitos dos deslizamentos ocorreram em pontos que já haviam enfrentado processos semelhantes. Isso nos coloca na posição de aprender com o que aconteceu no passado e encontrar soluções melhores para evitar que esses eventos se repitam.”
O relatório destacou um exemplo específico no quilômetro 668 da BR-376, onde imagens mostram que a área afetada pelo desmoronamento em dezembro de 2022 era a mesma que havia enfrentado um deslizamento em 2011. Esse caso reforça a necessidade de ações preventivas contínuas e manutenção adequada para evitar riscos futuros.
A concessionária responsável pela BR-376, Arteris Litoral Sul, informou que não teve acesso ao estudo e, portanto, não irá comentar sobre o assunto no momento.
Os resultados desse estudo ressaltam a importância de um planejamento adequado, ações preventivas e monitoramento constante das áreas propensas a deslizamentos nas estradas do litoral do Paraná. Com base nessas informações, espera-se que as autoridades competentes possam implementar medidas mais eficazes para garantir a segurança dos motoristas e a prevenção de desastres naturais nessas regiões