A redação recebeu uma denúncia grave vinda da comunidade do Riozinho, área rural de Guaratuba. Moradores relatam que foram informados, de maneira informal e sem diálogo, que a escola local — que atende alunos do 4º e 5º ano do Ensino Fundamental — poderá ser fechada na próxima semana. Segundo os relatos, a ação será comandada pela vice-prefeita e atual secretária de Educação, Evani Justus.
A escola do Riozinho funciona regularmente, possui estrutura adequada com salas de aula, cozinha, banheiros e materiais em bom estado. Para os moradores, o fechamento não apenas compromete o direito à educação de qualidade, como também impõe riscos ao obrigar as crianças a se deslocarem para escolas mais distantes, como a da comunidade do Descoberto, o que pode levar à evasão escolar, além de prejudicar a rotina e a segurança dos alunos.
“Estamos pedindo ajuda, orientação e apoio. Queremos que a nossa escola permaneça aberta, funcionando e servindo nossas crianças, como tem feito até agora”, diz o apelo anônimo da comunidade.
Falta de diálogo e justificativas contraditórias
Segundo a denúncia, nenhuma reunião foi marcada com os moradores para discutir a situação. O único comunicado informal que chegou à comunidade foi o de que a escola será fechada. A justificativa? Cumprimento de uma promessa política: transformar o prédio da escola em um posto de saúde. No entanto, os moradores questionam:
“Prometeram construir um posto de saúde, não fechar uma escola para isso.”
Outra versão ventilada , seria a de que o espaço passaria a abrigar atendimentos especializados para crianças da APAE. A comunidade lembra, no entanto, que a própria secretária Evani Justus já declarou anteriormente que a APAE é de responsabilidade estadual, e não do município, especialmente quando essas mesmas crianças estavam sem transporte para o atendimento.
Ainda de acordo com o relato, uma mãe de um aluno (que preferiu não se identificar) confirmou que há sim a intenção de desativar a unidade e transferir os alunos para outra localidade, para que o prédio da escola seja usado para atendimento médico, CMAE e APAE.
“Mas no caso, os funcionários que têm ali sairiam, né? Iriam também para outras escolas. na verdade, devem estar se preparando, porque não consegue fazer ninguém mudar de opinião.”
Impacto emocional nas crianças
A situação já chegou aos ouvidos dos alunos. De acordo com os relatos, algumas crianças choraram ao saber que seriam transferidas para outra escola. “Eles não querem sair da escola que frequentam hoje, onde se sentem bem e acolhidos. Estão assustados e tristes”, relata uma moradora.
A comunidade quer ser ouvida
O que revolta ainda mais os pais e moradores é a falta de transparência e participação popular na decisão. Até agora, segundo eles, ninguém da Prefeitura foi até a comunidade explicar o que de fato está acontecendo. Tudo tem sido feito de forma silenciosa, sem prestar esclarecimentos ou ouvir quem será diretamente afetado.
O que dizem os órgãos oficiais?
A equipe de jornalismo da Rádio Litorânea já está buscando respostas junto à Secretaria Municipal de Educação e à Prefeitura de Guaratuba para esclarecer:
Haverá mesmo o fechamento da escola da comunidade do Riozinho?
Por que a comunidade não foi consultada?
Existe projeto aprovado para a instalação de um posto de saúde ou atendimento especializado no local?
Qual será o impacto dessa mudança na vida dos alunos, professores e funcionários?
A escola rural é, muitas vezes, o único ponto de apoio educacional, social e cultural de uma comunidade. Fechá-la, sem diálogo ou justificativas claras, é apagar parte do futuro de crianças que dependem desse espaço.
Seguiremos acompanhando o caso e ouvindo a população. Se você também é morador da região e deseja se manifestar, entre em contato com nossa redação.
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