Crise com demissões e redução de horários no Inmet ameaça previsão climática

Cleomar Diesel

Em meio às severas enchentes que atingem o Rio Grande do Sul, a crise de recursos no Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) agrava a situação. Atualmente, apenas dois meteorologistas permanecem para monitorar o clima em todo o estado. O Ministério da Agricultura e Pecuária não se pronunciou sobre a questão.

Recentemente, a falta de recursos no Inmet resultou na demissão de 40 dos 208 profissionais terceirizados, incluindo meteorologistas. Esse desligamento ameaça a coleta de informações meteorológicas cruciais para enfrentar desastres climáticos, como as fortes chuvas no Rio Grande do Sul.

A demissão dos terceirizados ocorreu devido a atrasos nos repasses financeiros, conforme comunicado da Fundação de Desenvolvimento Científico e Cultural (Fundecc). Parte do orçamento foi liberada na última semana, permitindo a manutenção de alguns profissionais até o final da parceria, em 30 de agosto.

Procurado, o Ministério da Agricultura, que é responsável pelo Inmet, não respondeu aos questionamentos sobre as demissões. Nos Estados Unidos, em comparação, o Serviço Meteorológico Nacional conta com cerca de 2.000 meteorologistas, destacando a disparidade na capacidade de monitoramento entre os dois países.

A redução da força de trabalho levou a mudanças nos horários de operação do Inmet. As atividades que anteriormente funcionavam até 23h agora encerram mais cedo, e aos fins de semana, os meteorologistas trabalham apenas até as 13h.

A situação no Inmet ressalta a urgência de medidas para garantir a continuidade e eficácia das atividades de monitoramento meteorológico, especialmente em tempos de mudanças climáticas severas.

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