A descoberta chocante de corpos de migrantes africanos em um barco à deriva tem gerado comoção e perguntas sobre a rota migratória e as condições enfrentadas por aqueles que buscam uma vida melhor longe de seus países de origem.
Segundo informações da Polícia Federal (PF), no último sábado (13/4), pescadores encontraram a embarcação próxima à ilha de Canelas, no nordeste paraense, em um canal que se conecta ao vasto Oceano Atlântico. Ao investigarem o barco, eles descobriram nove corpos, sendo oito dentro da embarcação e um nono próximo a ela, levantando suspeitas de que faziam parte do mesmo grupo de vítimas.
Documentos e objetos encontrados no barco indicam que os migrantes são originários da região da Mauritânia e Mali, embora a PF não descarte a possibilidade da presença de pessoas de outras nacionalidades.
Os esforços de identificação dos corpos começaram na noite de segunda-feira (15/4), quando a embarcação foi levada para o Instituto Médico Legal (IML) de Bragança (PA) e os cadáveres foram transportados para Belém. As autoridades estão seguindo protocolos internacionais de identificação de vítimas de desastres da Interpol (DVI), que incluem a verificação da identidade, origem dos passageiros, causa e tempo estimado dos óbitos.
A ação de resgate contou com a participação de diversos órgãos, incluindo a Polícia Federal, Marinha do Brasil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Polícia Científica, Defesa Civil, Grupamento Aéreo de Segurança Pública do Pará, Defesa Civil do Pará, Guarda Civil Municipal, Departamento Municipal de Trânsito de Bragança e Prefeitura de Bragança.
O trágico incidente levanta questões sobre as condições enfrentadas pelos migrantes que arriscam suas vidas em busca de melhores oportunidades em terras estrangeiras, bem como sobre as rotas migratórias e o papel das autoridades no enfrentamento desses desafios. A PF continua investigando o caso para esclarecer as circunstâncias da tragédia e identificar eventuais responsáveis.