Confira cinco opções turísticas alternativas no litoral do Paraná

São complexos ambientais com montanhas, trilhas e cachoeiras para conhecer melhor o ecossistema local

Redação Litorânea
Parque Estadual Rio da Onça - Foto: Denis Ferreira Netto

Ilha do Mel, Matinhos, Guaratuba, Pontal do Paraná, Guaraqueçaba, Morretes e Antonina. É inegável a beleza natural do Litoral. Praias limpas e seguras, com um mar em ótimas condições de balneabilidade, e atrações culturais. Um combo perfeito para fazer a alegria dos turistas na temporada de verão. Mas há também passeios incríveis pelo patrimônio natural da região que vão além da faixa de areia.

O Instituto Água e Terra (IAT) administra no Litoral cinco Unidades de Conservação (UCs) que estão abertas à visitação do público. Esses complexos ambientais com montanhas, trilhas e cachoeiras ajudam o veranista a se divertir, conhecer melhor o ecossistema local e colaborar com a preservação da natureza. Confira cinco passeios incríveis para aproveitar a temporada.

ILHA DO MEL

Destaque do turismo paranaense, o Parque Estadual Ilha do Mel se tornou Unidade de Conservação em 2002. Entre trilhas, morros, e claro, o mar, a ilha possui cinco pequenos vilarejos: Encantadas, Nova Brasília, Farol, Praia Grande e Fortaleza. Para quem gosta de surf, a praia de Brasília, a mesma que abriga o Farol das Conchas, é o local perfeito. Já quem gosta de mar calmo, o lado de Encantadas, logo na chegada das balsas, é uma ótima opção.

O icônico Farol das Conchas pode ser acessado por uma trilha seguida de uma escadaria com 150 degraus. No topo do Morro das Conchas é possível ter uma belíssima visão panorâmica da ilha.

Em Encantadas, os visitantes podem caminhar até a Gruta das Encantadas, um dos patrimônios mais relevantes da UC. Diz a lenda caingangue que nesse local viviam algumas mulheres chamadas encantadas (deusas-sereias), que bailavam e cantavam ao nascer do sol e ao crepúsculo.

Outro ponto é a Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres, construída em 1679 por escravizados para proteger as minas de ouro descobertas pelos portugueses em Paranaguá, em 1646. A muralha de pedra conta com 10 metros de altura, voltada para o leste da ilha e ainda mantém os canhões originais da época. O local está aberto para visitação de forma controlada, visto que o espaço está em fase de obras de conservação, executadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Há dois caminhos para se chegar à Ilha do Mel e é preciso embarcar em balsas, o que torna o passeio ainda mais agradável. Por Paranaguá a duração é de 1h30. Embarcando via Pontal do Sul, são 30 minutos. As passagens podem ser compradas no local, ou via internet, pela Abaline, com ida e volta custando entre R$ 44,18 e R$ 80 por pessoa, dependendo do ponto de partida.

PARQUE ESTADUAL DO PALMITO

Composto por 1.782,44 hectares de vegetação nativa, o Parque Estadual do Palmito é uma Unidade de Conservação de Proteção Integral desde 1998. Localizado em Paranaguá, tem como principal objetivo garantir a conservação de uma parcela da floresta de Mata Atlântica por meio da inserção da atividade silvicultura do palmito-juçara (Euterpe edulis) e do palmito-pupunha (Bactris gasipaes). A medida busca diminuir a exploração ilegal e predatória do palmito nativo, garantindo a sustentabilidade da espécie.

O parque possui uma estrada com 6.500 metros de extensão que passa pelo interior da Unidade de Conservação, chegando até o Rio dos Correias. À margem deste rio, com 25 metros de largura, podem ser contempladas áreas formadas por manguezal com sua fauna e flora características – o acesso a essa área, porém, é permitido somente a funcionários, pesquisadores e grupos organizados com visitas pré-agendadas pelo número (41) 3424-5016.

São três trilhas que compõem o parque: Trilha do Jacu, com aproximadamente 6,5 km; a Trilha Neuton, com 13 km, e a Trilha interpretativa, de 1,6 km. No passeio pode se observar várias espécies de árvores de grande porte como o palmito, jerivá (Syagrus romanzoffiana), guanandi (Calophillum brasiliense), cupiúva (Tapirira guianensis) e figueira (Ficus sp), entre outros.

Para chegar até o complexo, os visitantes devem seguir no GPS a seguinte coordenada: 25°35’35.6″S 48°33’34.7″W. Pela BR-277, é indicado acessar a PR-407 (estrada das praias) e seguir em direção ao balneário Praia de Leste. Para quem está em Matinhos e Pontal do Paraná, via PR-412, é preciso acessar a PR-407 e seguir em direção à Paranaguá.

O horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Sábados e domingo é possível a entrada apenas com agendamento prévio pelo número (41) 3424-5016.

PARQUE ESTADUAL RIO DA ONÇA

Racionais MC’s já diziam na música “Vida Loka (parte 1)”: “Tenha fé, porque até no lixão nasce flor”. Essa é a história do Parque Estadual Rio da Onça, em Matinhos. O local foi utilizado parcialmente como lixão entre 1968 até meados da década de 1990. O espaço de 118 hectares aposentou o antigo ofício, se transformou em UC e agora abriga um trecho remanescente de Mata Atlântica repleto de bromélias, orquídeas e outras espécies da vegetação típica da planície litorânea do Estado.

Os visitantes podem percorrer cinco trilhas, num circuito de 1,5 km. Todas as trilhas são bem demarcadas, acessíveis e planas, fazendo do parque um local apropriado para qualquer perfil de visitante.

Logo em frente ao Centro do Visitante começa a Trilha Grande, com pontes suspensas que facilitam a travessia de trechos alagados, uma das principais características do complexo. Quase na metade do caminho, o visitante chega ao Mirante das Bromélias, ponto de descanso e observação deste tipo de planta nativa, bastante comum no parque.

Endereço: Rua Argentina, 99, Matinhos. Funciona de quarta-feira à segunda-feira, das 8h às 17h. Para grupos de 10 pessoas ou mais, é preciso fazer o agendamento prévio pelo telefone (41) 3453-2472.

PARQUE ESTADUAL PICO DO MARUMBI

Considerado um dos mais importantes palcos para a escalada no País, o Parque Estadual Pico do Marumbi está localizado em Morretes e recentemente retornou com as atividades de camping. Possui 8,7 mil hectares de história e conservação ambiental.

No local há a antiga Ferrovia Paranaguá-Curitiba, com as estações do Marumbi e Engenheiro Lange; a cachoeira Salto dos Macacos; o lendário Caminho do Itupava; e, claro, o Conjunto do Marumbi, formado por diversos picos que superam mil metros de altitude e dão nome ao parque. Destaque para a Ponta do Tigre (1.400 m) e o famoso Monte Olimpo, com 1.539 metros. Para acessar o Salto dos Macacos, o visitante deve se atentar ao horário limite, até as 9h, forma de garantir a segurança do turista.

Para chegar ao parque, os visitantes podem ir de ônibus, saindo de Curitiba até a rodoviária de Morretes. De lá, um ônibus municipal vai até o vilarejo de Porto de Cima. Para ir de carro, basta seguir pela BR-116 e entrar na Estrada da Graciosa, seguindo até o vilarejo de Porto de Cima. Os oito quilômetros restantes, até a Estação do Marumbi, devem ser percorridos a pé, de bicicleta ou de carro com tração 4×4. Contato: (41) 3432-0019.

Vale ressaltar que a assinatura do termo de conhecimento de risco é obrigatória e deverá ser entregue na portaria do complexo ao chegar no local.

PARQUE ESTADUAL PICO PARANÁ

Esse parque estadual abriga algumas das maiores formações rochosas do Estado, como o Pico Paraná (1.877,39 m) e o Ibitirati (1.877 m). O Pico Paraná é o mais alto do Sul, localizado na Serra do Mar, também conhecido por Serra do Ibitiraquire, que em tupi significa “Serra Verde”.

A Unidade de Conservação passa por Campina Grande do Sul, Região Metropolitana de Curitiba, e Antonina, no Litoral. Essa é a dica perfeita, junto com o Parque Estadual do Marumbi, para quem gosta e tem experiência em escalada, visto que a caminhada até o cume leva de 6 a 10 horas e exige força e fôlego extra dos visitantes. Existem vários trechos difíceis até o ponto mais alto da formação, incluindo subidas com grampos.

Para chegar, basta acessar a BR-116, e, passando pelo Posto do Tio Doca, entrar à direita na Ponte do Rio Tucum, seguindo por 6 km, passando pela Fazenda Pico Paraná e Fazenda Rio das Pedras, até a base do IAT no final da estrada.

FONTES: AENPR
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