Na última terça-feira, 28 de março, aconteceu a primeira reunião da Comissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, durante a reunião os presentes analisaram a mais recente pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes, a CNT, sobre a situação da malha viária que corta o Estado.
Na reunião, a Confederação Nacional dos Transportes foi representada pela Diretora Executiva Adjunta, Fernanda Rezende, que iniciou a sua fala apresentando dados comparativos que apontam a precariedade da malha viária local.
De acordo com os dados divulgados durante a reunião, traçando um paralelo, enquanto o País conta com cerca de 12,4% das suas rodovias pavimentadas, no Estado de Santa Catarina esse índice chega a apenas 6,6% de rodovias pavimentadas.
Conforme os dados apresentados, no que se refere à duplicação, o Estado de Santa Catarina apresenta uma situação melhor, contando com cerca de 19,5% das suas vias já com esta melhoria, contra 11% na média nacional.
A comparação volta a colocar o Estado em desvantagem quando se avalia a construção de novas estradas, entre 2011 e 2021, as Rodovias Federais pavimentadas no país tiveram um acréscimo de 5,3%, totalizando 330 quilômetros por ano; já em Santa Catarina, a extensão da malha pavimentada ficou em 4,1%, representando 9,2 km por ano.
Ainda de acordo com as informações divulgadas, em relação à qualidade das rodovias, o Estado de Santa Catarina figura na 16ª posição; os dados também revelam que 68,2% das vias encontram-se em condição regular, ruim ou péssima, com 57,7% delas apresentando pavimento desgastado, 6,3% não possuindo faixas centrais, e 54,2% sem acostamento.
O estudo também traçou um paralelo entre a condição da rodovia e a forma de gestão, segundo o órgão, cerca de 89,8% das rodovias administradas pelo setor privado foram consideradas em ótimo ou bom estado de conservação, enquanto as geridas pelo Poder Público alcançaram 84,8% de classificação regular, ruim ou péssima.
Ainda conforme os dados do estudo, além da forma de planejamento, a falta de investimentos públicos segue sendo a principal causa dos problemas em infraestrutura viária no Brasil, que atualmente destina 0,1% do seu Produto Interno Bruto para o setor.
Além dos prejuízos à economia, a atual situação das vias catarinenses pode ser relacionada ao número de acidentes rodoviários registrados; somente em 2022, ocorreram 7.587 acidentes rodoviários, com 6.027 vítimas, sendo 316 fatais.
Por fim, o estudo da Confederação Nacional dos Transportes avalia que seria necessário um total de cerca de 3,06 bilhões de Reais destinados à recuperação e manutenção das rodovias no Estado de Santa Catarina.
Realizada desde 1995, a pesquisa avalia as Rodovias Federais, as principais Rodovias Estaduais e também as sob concessão da iniciativa privada, levando em conta aspectos como pavimentação, sinalização e geometria; o objetivo é identificar as deficiências da malha rodoviária para o planejamento do setor de transportes e para a implementação de ações governamentais.