O polêmico concurso da Câmara Municipal de Guaratuba voltou a ser assunto na cidade. O Ministério Público do Paraná (MPPR) ingressou com uma ação civil pública contra a Casa Legislativa, apontando uma série de irregularidades que podem levar à anulação do certame, demissão de aprovados e punição de servidores envolvidos.
De acordo com o Inquérito Civil nº MPPR-0060.24.000198-8, o processo, em trâmite na Vara da Fazenda Pública de Guaratuba, apura indícios de favorecimento a candidatos ligados à Câmara, alterações no edital após sua publicação, falhas na aplicação das provas e a contratação da banca organizadora sem critérios técnicos claros.
A empresa responsável, Instituto Social Univida – Centro Universitário Unifamma, foi contratada sem licitação, apenas pelo menor preço, sem análise de experiência ou reputação.
O julgamento foi marcado para o dia 21 de outubro, às 14h, com a convocação de diversas testemunhas, sendo elas:
Felipe Huning de Carvalho
Juliano da Rosa de Paula
Maria da Silva Batista
Paulo Eder de Araújo
Ricardo de Borba
Cátia Regina Silvano
Louis Thadeu Otto Trompczynski
Diego Pires
Wagner Bittencourt Valeze
Antonio Carlos Birck Junior
Entre os nomes aprovados no concurso estão pessoas diretamente ligadas ao Legislativo Municipal. Um dos principais casos é o de Itamar Cidral da Silveira Junior, atual secretário de Habitação, que na época ocupava cargo de liderança na Câmara e ficou em 2º lugar para Analista de Recursos Humanos.
Outros nomes citados são:
Wagner Bittencourt Valeze, então diretor-geral da Câmara (2º lugar para Gestor Legislativo);
Bruna Margarida dos Santos Lada, assessora jurídica da presidente da Câmara;
Rafael Schoulze, genro da vereadora Cátia Regina Silvano.
Segundo o MP, mesmo diante das suspeitas, a presidente da Câmara não se afastou da fiscalização do concurso, o que levanta questionamentos sobre a imparcialidade do processo.
Para muitos moradores, o concurso foi uma grande frustração, dezenas de candidatos se prepararam e estudaram, mas os aprovados foram justamente pessoas próximas ao poder político local. A população agora aguarda qual será o desfecho judicial.