Cidades paranaenses recorrem a implante de chip que evita gravidez em mulheres em condições de vulnerabilidade

O método é considerado mais eficaz do que pílula, DIU e laqueadura, segundo especialistas, e é utilizado em 14 cidades do Paraná

Redação Litorânea
Foto: Divulgação/ACI Famesp

Algumas mulheres em condição de vulnerabilidade social, em ao menos 14 cidades do Paraná, utilizam o método contraceptivo chamado implante subdérmico etonogestrel, que funciona com um chip debaixo da pele que libera hormônios para bloqueio da ovulação.

A taxa de erro deste método é uma das mais baixas, de 0,05%, conforme o Ministério da Saúde.

Curitiba foi quem deu início ao programa no estado e mais recentemente outras cidades passaram a ofertar gratuitamente, via Sistema Único de Saúde (Sus)

Nesses quase seis anos do projeto, 1,3 mil implantes foram colocados na capital, principalmente, em “mulheres com uso abusivo de álcool e drogas e mulheres em situação de rua”, de acordo com a médica Angela Leite, do programa da prefeitura Rede Mãe Curitibana Vale a Vida.

Para Lenira Gaede Senesi, representante do Comitê Estadual de Prevenção de Mortalidade Materna da Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia do Paraná (SOGIPA), iniciativas como esta contribuem não apenas para o controle de natalidade, como também para a autonomia e a segurança da mulher.

A Constituição Federal assegura que “o planejamento familiar é direito de todo cidadão”. Porém, sonhar e planejar uma gestação tranquila pode ser considerado artigo de luxo para aquelas que vivem em condição de vulnerabilidade, expostas à violência e às consequências do desemprego e do ambiente que cerceia oportunidades de vida.

Senesi destaca a importância de políticas públicas que evitem que mulheres em condição de vulnerabilidade e os filhos delas não sejam novamente expostos a condições desumanas, como abusos, educação precária, além de questões psicológicas, como a depressão.

Critérios do programa

No Sul do país, Curitiba e Porto Alegre são as únicas capitais a ofertarem o implante gratuitamente.

Apesar do programa seguir critérios rigorosos, a capital paranaense tem aumentando o público alvo ao longo dos anos. Atualmente, as mulheres aptas a receberem o implante gratuitamente em Curitiba são:

  • Mulheres de 15 a 49 anos com alta vulnerabilidade;
  • Residentes em Curitiba;
  • Que vivem em situação de rua;
  • Com HIV/Aids;
  • Que fazem uso prejudicial de álcool e drogas;
  • Com transtorno mental de difícil manejo;
  • Doença crônica grave;
  • Tuberculose;
  • Hanseníase;
  • Deficiência com alto comprometimento;
  • Câncer (não sensível a esteroide sexual),
  • Com cinco ou mais gestações;
  • Vítima de violência sexual e doméstica notificada em rede de proteção.
  • Adolescentes de 15 a 18 anos se tiver gestação anterior, ou cumprindo medida sócio-educativa, ou estiver em acolhimento institucional, ou estiver na rede de proteção.

Nas outras 13 cidades paranaenses que também ofertam o implante, o grau de vulnerabilidade é o principal fator para a requisição.

Cidades do Paraná com método contraceptivo subdérmico para mulheres em vulnerabilidade

  • Almirante Tamandaré;
  • Antônio Olinto;
  • Araucária;
  • Bituruna;
  • Curitiba
  • General Carneiro;
  • Guarapuava;
  • Londrina;
  • Paula Freitas;
  • Piraquara;
  • Ponta Grossa;
  • São José dos Pinhais;
  • São Mateus do Sul;
  • União da Vitória.

Fonte: g1 PR

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