José Adilson Rodrigues dos Santos, conhecido como Maguila, lenda do boxe brasileiro, faleceu na última quinta-feira (24) aos 66 anos, em decorrência de demência pugilística, também chamada de Encefalopatia Traumática Crônica (ETC). Em uma decisão tomada ainda em vida, Maguila e sua família decidiram doar o cérebro do ex-pugilista para estudos na Universidade de São Paulo (USP), para ajudar na compreensão da doença degenerativa, causada por traumas repetitivos na cabeça.
Irani Pinheiro, viúva de Maguila, confirmou a doação durante uma coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (25) durante o velório do ex-boxeador, na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). “Resolvemos até em vida mesmo a doação do cérebro dele para estudos por conta da doença. Fizemos isso ontem”, afirmou Irani.
O cérebro de Maguila será enviado ao banco de cérebros da USP, que já conta com os cérebros de outros atletas brasileiros, como o ex-boxeador Eder Jofre e o ex-jogador da seleção Bellini.
O velório de Maguila, aberto ao público, teve início às 8h desta sexta-feira (25) e será encerrado por volta das 12h. Após a cerimônia, o corpo seguirá em cortejo para São Caetano do Sul, no ABC paulista, onde será enterrado em uma cerimônia privada para familiares e amigos próximos.
Maguila foi um ícone do boxe nacional e deixa um legado de 85 vitórias e apenas sete derrotas em sua carreira, além de ter sido um dos maiores promotores do esporte no Brasil. Sua luta agora se estende ao campo científico, onde sua contribuição poderá ajudar a entender e prevenir os danos neurológicos que afetam atletas em esportes de impacto.