O desaparecimento de Isis Victoria Mizerski, que morava em Tibagi, nos Campos Gerais do Paraná, completa um ano nesta sexta-feira (6). Para a família, a data é um marco de indignação, principalmente pela falta de respostas.
A adolescente tinha 17 anos e estava grávida quando sumiu após sair para encontrar o vigilante Marcos Vagner de Souza, apontado como pai do bebê. Apesar de o corpo dela nunca ter sido encontrado, a Polícia Civil concluiu o caso afirmando que ela foi assassinada.
Marcos, que está preso preventivamente desde o desaparecimento, alega inocência.
O inquérito policial sobre o caso foi finalizado no começo de agosto de 2024, mesmo mês em que Marcos se tornou réu na Justiça. Ele responde por homicídio triplamente qualificado (por feminicídio, dissimulação e motivo torpe), ocultação de cadáver e aborto provocado sem o consentimento da gestante, tendo os crimes no âmbito da violência doméstica.
No início de dezembro, após ouvir 17 testemunhas e o próprio réu, o juiz João Batista Spanier Neto, de Tibagi, decidiu que Marcos vai a júri popular. A defesa dele recorreu da decisão no início do ano e, na última terça-feira (3), o recurso foi recusado na segunda instância do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR).
O advogado de defesa de Marcos, Renato Tauille, disse que ainda não foi intimado formalmente e aguarda a notificação para analisar os próximos passos do processo.
Desde que foi preso, em junho de 2024, o acusado nega que teve envolvimento em qualquer crime. Ele assume que se encontrou com a jovem e saiu com ela de carro no dia em que ela sumiu, mas afirma que a deixou na cidade.
Rodrigo Mizerski, tio de Isis, afirma que o silêncio de Marcos é um motivo a mais de sofrimento para a família. Para ele, não saber o que aconteceu com a adolescente é angustiante.