Caso Isabelly: tensão no Júri após advogado de defesa ameaçar abandonar o plenário

Cleomar Diesel
Foto rede social

O primeiro dia do julgamento de Everton Vargas, acusado pela morte da youtuber Isabelly Cristine Domingos dos Santos, de 14 anos, foi marcado por momentos de tensão no plenário. Na noite desta terça-feira (03), o advogado de defesa, Cláudio Dalledone Jr., ameaçou abandonar o tribunal após acusar a assistência de acusação de fazer “micagens”. O conflito ocorreu durante o interrogatório da terceira testemunha, o filho do motorista do carro onde Isabelly estava no momento do crime.

Dalledone afirmou que o promotor do caso fazia caretas e que uma das advogadas da acusação o chamou de “cruel”, levando a um bate-boca em plenário. A juíza interrompeu a sessão para acalmar os ânimos e conduziu uma reunião entre as partes, após a qual o depoimento foi retomado.

Confusões Marcam o Primeiro Dia de Júri

O julgamento começou com um atraso de mais de duas horas, devido à chegada tardia do promotor Rodrigo Sanches Martins, que deveria estar no Fórum de Ipanema, em Pontal do Paraná, às 8h, mas só compareceu às 10h18. O júri começou oficialmente às 11h10.

Logo nas primeiras horas, a defesa já expressou insatisfação com o depoimento da delegada Vanessa Alice, responsável pela investigação, que trouxe informações que, segundo Dalledone, não constavam no processo. A delegada afirmou que Everton desceu do veículo para disparar contra Isabelly, o que, segundo a defesa, contradiz a denúncia do Ministério Público do Paraná, que indicava que os disparos foram efetuados de dentro do carro.

O depoimento da delegada foi interrompido duas vezes, uma para o almoço e outra quando ela passou mal durante o interrogatório. Após Vanessa, o policial José Danilo, que mora próximo ao local do crime e atendeu a ocorrência, também foi ouvido.

Defesa Contesta Versão de Delegada

A defesa de Everton rebateu as declarações da delegada, alegando que a afirmação de que o acusado estava fora do carro era apenas “uma opinião” e que contradiz a perícia oficial. Segundo a defesa, o MP-PR, presente na reconstituição do crime, acompanhou os trabalhos periciais que apontam uma versão diferente dos fatos.

Encerramento do Primeiro Dia

O primeiro dia do julgamento terminou com o depoimento de Matheus, filho do motorista do carro onde Isabelly estava quando foi baleada. O julgamento deve durar pelo menos dois dias. Everton Vargas responde por homicídio qualificado por motivo torpe e porte ilegal de arma de fogo.

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