Caso Bradesco Guaratuba: Funcionária Pública Denunciada por Fraude Milionária é Beneficiada com Gratificação na Prefeitura de Guaratuba

Marcello Fuja Loko

Caso Bradesco Guaratuba: Três Mulheres Denunciadas por Fraude Milionária


O Ministério Público do Paraná (MPPR) ofereceu denúncia contra Rita Ouro Costa, Flaviane Húpalo de Jesus Pacheco e Sueli Lopes Húpalo de Jesus, acusadas de envolvimento em um esquema de contratação de diversos empréstimos fraudulentos e desvio de grandes quantias em dinheiro da agência do Bradesco de Guaratuba. Os crimes teriam ocorrido entre dezembro de 2020 e outubro de 2024.

De acordo com a denúncia do MPPR, as três mulheres teriam se associado com o objetivo de praticar crimes patrimoniais. Rita, que era gerente da conta bancária de uma das vítimas, é apontada como a responsável por realizar movimentações financeiras e contratações de empréstimos sem o consentimento da titular. Os valores obtidos eram então transferidos para Flaviane e Sueli, ou sacados em espécie. A investigação aponta que Rita inseriu declarações falsas nos contratos bancários para viabilizar as operações fraudulentas em nome da vítima.

O MPPR apurou que as acusadas subtraíram um valor aproximado de R$ 136.500 da conta de uma das vítimas, em oito saques distintos, com valores que variavam entre R$ 7.000 e R$ 40.000. No entanto, na esfera civil, discute-se um valor ainda maior, de R$ 936.000, referente à soma de 25 contratos praticados mediante fraude.

Após denunciar o caso à Delegacia de Polícia Civil de Guaratuba, a vítima passou a receber ameaças de Rita Ouro, que tentava forçá-la a retirar as acusações.

A gerente do banco teria enviado diversas mensagens e feito ligações ameaçadoras, chegando inclusive a ir à casa da vítima, onde proferiu ameaças de morte contra ela e sua família caso não desistisse do processo. Durante as investigações, Rita também teria coagido a vítima e invadido seu domicílio, o que a levou a se mudar de cidade por medo.

Um fato que gerou grande repercussão na comunidade de Guaratuba é que Flaviane Rufalo, uma das acusadas, continuou trabalhando normalmente na Prefeitura Municipal, em um cargo de confiança na Secretaria Municipal de Urbanismo. Inclusive, na semana passada, foi divulgado um aumento de 50% em seu salário no diário oficial do município, através de um decreto assinado em fevereiro deste ano. Em nota, a Prefeitura de Guaratuba informou que Flaviane Húpalo de jesus Pacheco é servidora pública municipal em atividade e que eventuais processos administrativos disciplinares para apurar condutas irregulares são sigilosos.

O Ministério Público requereu a fixação de um valor mínimo para a indenização de uma das vítimas. O advogado da vítima informou que a responsabilidade do banco também será discutida em uma ação própria.

Segundo ele, a instituição bancária cancelou alguns dos empréstimos vigentes, mas isso não atende a todos os danos sofridos pela cliente. A defesa busca a declaração de nulidade de todos os empréstimos, a restituição em dobro dos valores debitados e pagos pela vítima, alegando que o banco não agiu de forma a solucionar completamente o problema causado.

A decisão do Ministério Público divulgada recentemente informa que a denúncia foi recebida pelo Poder Judiciário, tornando Flaviane Húpalo de jesus Pacheco, Rita Ouro e Sueli Lopes rés no processo. A primeira audiência do caso está marcada para o dia 26 de maio deste ano.

Compartilhe este Artigo