Casa Betânia: conheça o que é e os desafios que enfrenta para continuar ajudando moradores de rua

Biatriz Borges David
Foto: Odilon Cezar

A Casa Betânia, idealizada pelo Padre Antônio, é um espaço dedicado a acolher moradores de rua que desejam mudar de vida. O projeto oferece suporte essencial, desde a regularização de documentos até a reintegração social, ajudando na busca por emprego e moradia acessível. Porém, a instituição enfrenta grandes dificuldades financeiras devido à crescente demanda e à falta de apoio.

Padre Antônio/ foto: Odilon Cezar
O Padre Antônio, que lidera a iniciativa com dedicação, explicou à nossa equipe que, embora sofra preconceito por seu trabalho, acredita que a situação dos moradores de rua é fruto da falta de oportunidades e não de escolha. “Os moradores de rua não são um problema para mim, e sim do poder público, que deve ter um cuidado maior e um olhar mais cuidadoso para essa situação”, destacou ele.


A antiga gestão municipal contribuía com um valor fixo para a Casa Bethânia, aliviando os custos operacionais. No entanto, a nova gestão, mesmo ciente do aumento significativo da população de rua na cidade, não entrou em contato com a instituição este ano, deixando o Padre e sua equipe em situação delicada.


Atualmente, a Casa Betânia precisa lidar com despesas que incluem alimentação, manutenção do espaço e salários de funcionários. Mesmo com toda a ajuda da comunidade, os recursos estão escassos. O trabalho é realizado com regras claras: no primeiro mês, os acolhidos recebem suporte para regularizar documentos; no segundo, são auxiliados na busca por emprego; e, no terceiro, na transição para uma moradia digna.


Apesar dos esforços, a falta de suporte financeiro ameaça o funcionamento do projeto. O Padre Antônio reforça a necessidade de um maior envolvimento do poder público e da sociedade. “Estamos fazendo nossa parte, mas precisamos de ajuda para continuar transformando vidas.”


A Casa Betânia é um exemplo de solidariedade. A sociedade e as autoridades precisam se unir para garantir que esse importante trabalho não seja interrompido, e entender que esse trabalho “voluntário” precisa ser reconhecido de forma positiva.

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