Carne Suína Perde Espaço no Mercado para Boi e Frango em Julho

Fernando Carrer
Fonte: Folha de Curitiba

Em julho de 2025, o mercado de carnes apresentou um cenário de mudança na competitividade, com a carne suína perdendo terreno para as carnes bovina e de frango. Este movimento reflete uma combinação de fatores, incluindo a detecção de gripe aviária no sul do Brasil em maio e a queda nos preços da carne bovina durante o mês de julho.

O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP) apontou que essa inversão é resultado da estabilidade nos preços da carcaça especial suína, enquanto as cotações da carcaça casada bovina e do frango resfriado apresentaram recuos no mercado doméstico. Apesar da diminuição nos preços do animal vivo, a demanda pelos cortes suínos não apresentou o impulso esperado. O poder de compra reduzido da população no final do mês também contribuiu para a lentidão nos negócios.

Os preços médios da carne de frango registraram queda pelo terceiro mês consecutivo em julho. No entanto, a intensidade dessa baixa foi atenuada em comparação com o período posterior às restrições comerciais impostas por parceiros internacionais, em resposta à detecção de Influenza Aviária em uma granja comercial no Rio Grande do Sul.

Em termos reais, as cotações da carne de porco superaram os valores registrados em julho de 2024. Para o suíno vivo, houve aumentos de preços tanto na comparação mensal quanto anual. Agentes do setor atribuem essa valorização à retomada gradual das exportações de carne suína para importantes parceiros comerciais do Brasil, como África do Sul, Emirados Árabes Unidos, Filipinas, Hong Kong e Vietnã.

O mercado pecuário apresentou maior liquidez nos negócios de animais para abate, com preços estabilizados e, em alguns casos, reajustes positivos. Após quedas significativas ao longo de julho, pecuaristas demonstraram maior resistência, resultando em uma diminuição da oferta em algumas regiões. No atacado da Grande São Paulo, os valores de todos os cortes da carne com osso registraram pequenos aumentos, um fenômeno que não ocorria desde meados de junho.

Pesquisadores alertam que agosto e setembro representam meses críticos para as pastagens em grande parte do país. A prática de complementar a alimentação do rebanho, mesmo sem o objetivo de abate imediato, eleva os custos para o produtor.

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