Calcinhas usadas, vestidos de noiva e pinheiro de Natal: itens ‘sem noção’ são encontrados em centros de distribuição de doações no RS

Cleomar Diesel

O cenário dos centros de distribuição de doações em Porto Alegre tem chamado a atenção desde o início das enchentes no Rio Grande do Sul. Os voluntários têm relatado constantemente a chegada de donativos considerados “inapropriados” ou “sem noção”. Entre os itens encontrados estão calcinhas usadas, vestidos de noiva e até mesmo um pinheiro de Natal.

Durante o processo de triagem das doações, os voluntários têm se deparado com objetos que fogem completamente do esperado e necessário para os desabrigados. Essa realidade é ainda mais desafiadora no momento em que o estado enfrenta uma das maiores catástrofes dos últimos tempos, com cerca de 616,6 mil pessoas fora de suas casas.

Jossana Gonçalves, biomédica de 34 anos, atua como voluntária no Centro de Distribuição do CTG 35 e relata que muitas doações não estão em condições adequadas para uso. Roupas rasgadas, manchadas, sapatos em más condições e roupas de cama com mau cheiro são alguns exemplos do que chega ao centro.

Danielle Mattos, relações públicas de 32 anos, também voluntária, afirma que já se deparou com diversos objetos inusitados no Centro de Distribuição do Clube Farrapos. Perucas, calcinhas com enchimento no bumbum e roupas íntimas usadas são alguns dos itens doados.

Apesar disso, é importante ressaltar que essas doações não são descartadas. As peças em más condições são destinadas a abrigos de animais, onde são transformadas em roupinhas ou paninhos de limpeza. Já as roupas em bom estado, mas inapropriadas para o momento, são encaminhadas para organizações não governamentais que atendem debutantes de famílias de baixa renda.

Além das doações curiosas, também são encontrados recados motivacionais entre as roupas. Eduardo Baldasso, relações públicas de 32 anos, revelou que foram criados murais de cartas na central voluntária, onde são exibidos recados e desenhos de crianças com mensagens de apoio aos gaúchos.

Apesar das doações “sem noção”, o espírito solidário e positivo tem se mostrado presente entre os voluntários, que continuam trabalhando para auxiliar as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. O apoio da população é fundamental nesse momento de dificuldade, e as doações adequadas são essenciais para garantir assistência às famílias afetadas

Fonte G1 RS

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