Na última sexta-feira, 23 de setembro, iranianos realizaram manifestações, a favor do Governo do Irã, em diversas Cidades do País; essas manifestações acontecem depois de diversos protestos contra a polícia dos costumes e contra a obrigatoriedade do uso do véu; os atos públicos de ontem foram convocados pelo Estado para defender o uso do véu no País.
De acordo com a Agência de Notícias da República Islâmica, o conselho encarregado de organizar as manifestações pró-véu afirmou que os manifestantes que têm ido às ruas nos últimos dias são mercenários e os acusou de insultar o Corão e o Profeta Maomé.
No último dia 13 de setembro uma jovem, chamada Mahsa Amimi, foi presa pela polícia dos costumes de Teerã por não estar usando o seu véu de uma maneira que as autoridades consideravam correta; três dias após a sua prisão, no dia 16 de setembro, Amini foi declarada morta.
De acordo com informações de ONGs locais, Mahsa Amini, cujo nome em curdo é Jhina, teria sofrido uma forte e fatal pancada na cabeça, essa declaração das entidades foi negada enfaticamente pelas autoridades iranianas, que anunciaram a abertura de uma investigação para apurar os fatos.
Após ser confirmada, a notícia da morte da jovem provocou uma indignação generalizada nas principais Cidades do País, rapidamente os protestos se espalharam pelos principais centros urbanos do Irã; durante algumas manifestações algumas iranianas removeram os seus hijabs e os queimaram ou cortaram os seus cabelos diante da multidão que as aplaudia.
De acordo com relatos, as forças de segurança utilizaram munições de borracha, metal, gás lacrimogêneo e canhões de água para tentar reprimir a manifestação e dispersar as pessoas que estavam participando; ainda conforme relatos, o acesso à internet foi restrito e aplicativos como Instagram e WhatsApp estão bloqueados desde a última quarta-feira, 21 de setembro.
Conforme dados divulgados pela Iran Human Rights, a IHR, houveram cerca de 80 protestos em diversas localidades do País durante a semana, o levantamento da ONG mostra que o número de pessoas mortas durante os protestos gira em torno de 50; um número bem maior do que os 17 divulgados pelo Governo, na última quinta-feira, 22 de setembro.