Em apreensão recente realizada no Paraná, foram resgatados mais de mil animais silvestres do tráfico ilegal. Alguns, puderam ser devolvidos à natureza, outra parte, no entanto, foi encaminhada a instituições parceiras, como o Aquário de Paranaguá, que oferece os cuidados para os animais resgatados.
Espécies exóticas, aquelas que foram introduzidas em áreas fora de sua distribuição natural, como o axolote (espécie de salamandra), não podem ser reintroduzidas na natureza. Por isso, oito deles ficarão expostos no Aquário de Paranaguá, além de uma tarântula e dois cágados.
A gente recebeu esses animais porque não tem como reintroduzi-los na natureza. Eu não sei quanto tempo eles estão já nessa questão do tráfico, que estão sendo movimentados, mas, provavelmente, não têm mais contato com a natureza já faz um tempo e, por conta disso, se adaptaram muito a comer com alguém dando a comida e tudo isso faz com que o bicho, caso volte para a natureza, seja presa fácil ou acabe morrendo por não se alimentar. Por isso, eles são destinados a aquários e zoológicos”, explicou o biólogo do Aquário de Paranaguá, Luís Antônio Santos Zeferino Junior.
Os axolotes e os cágados são de origem da América do Norte, ou seja, não fazem parte da fauna local. “Por conta disso, não tem como reintroduzi-los na natureza, para fazer uma movimentação para levar o bicho até o local de origem, a gente nem sabe de onde que eles vieram, porque foi de tráfico, seria muito recurso e é mais fácil destinar para aquários e zoológicos próximos da região”, disse o biólogo.
Segundo ele, os animais estão bem, se alimentando e não possuem lesões. “A gente não tem recinto específico ainda para eles, mas quando a gente conseguir autorização e estrutura e montar o recinto, a gente vai começar a expor aqui no Aquário para servir também de educação ambiental para a mostrar que o tráfico de animais acontece muito”, afirmou o biólogo.
Ele lembra que o tráfico de animais é um dos mais recorrentes do mundo. “Muita gente acaba querendo os bichinhos fofinhos, que nem o axolote, é um bicho que muito visado ultimamente. Por isso que a gente conseguiu oito, porque tem muita gente querendo, o tráfico acaba se aproveitando disso para pegar esses bichos ilegalmente e vendê-los. Aqui no Aquário, vamos conseguir fazer uma educação ambiental, conscientizar as pessoas de que só porque o bicho é fofinho, não quer dizer que você pode ter ele em casa, porque às vezes precisam de cuidados específicos”, disse o biólogo.
É importante também realizar denúncias para ajudar a combater o tráfico de animais. “O tráfico de animais movimenta muito dinheiro e as pessoas têm que ter noção de onde vão comprar os animais, porque se forem comprar de lugares que não têm a devida documentação, legislação e tudo mais, deve ser feita a denúncia. Vai continuar acontecendo, infelizmente, mas a gente tem mais controle e suprimir possíveis tráficos de animais ao longo do tempo no Brasil”, finalizou o biólogo.