Adailton: de técnico revelação a símbolo do Boxe Paranaense

Cleomar Diesel
O técnico de boxe Adailton Gonçalves, bolsista do programa estadual Geração Olímpica e Paralímpica, treina a equipe de boxe que vai à Olimpíada de Paris neste ano Foto: Leonardo Sguarezi/SECOM

No Espírito Santo, Adailton já conseguia suprir a demanda da equipe local e integrar seus atletas em seleções, incluindo uma segunda equipe pelo Paraná. Em 2015, durante seletivas, ele conheceu e se apaixonou por Curitiba, mudando-se para a cidade a convite da Federação Paranaense.

No ano seguinte, Adailton ajudou Lucas Collado a ser campeão brasileiro na categoria 75 kg juvenil. “Em 2019, conquistei o título de melhor técnico do Brasil, levando o Paraná do 21º ao 1º lugar nacional por equipe, superando Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro”, relembra.

O Brasil chega a Paris 2024 com um histórico recente impressionante no boxe. Até Londres 2012, a única medalha olímpica havia sido o bronze de Servílio de Oliveira em 1968. Em Londres, o Brasil quebrou um jejum de 44 anos com três medalhas. No Rio 2016, conquistou o primeiro ouro, e em Tóquio 2020, a melhor campanha nacional: um ouro, uma prata e um bronze.

Em Paris, o boxe brasileiro é favorito com 10 atletas: cinco homens (Abner Teixeira, Michael Douglas, Keno Machado, Luis de Oliveira e Wanderley Pereira) e cinco mulheres (Bárbara Santos, Beatriz Ferreira, Carol Santos, Jucieli Romeo e Tatiana Chagas). Todos treinados por Adailton.

Adailton e seus atletas já conquistaram medalhas em campeonatos Sul-Americanos, Pan-Americanos, Continentais e Europeus. “Falta a medalha olímpica. Participei de tudo no boxe olímpico mundial”, celebra. “Este ciclo 2021/2024 será difícil de superar.”

Wanderley Pereira, vice-campeão mundial em 2023 e bolsista do Geração Olímpica e Paralímpica (GOP), é uma promessa. “Com 22 anos, é peça-chave. Não tinha dinheiro para a passagem até a academia, hoje tem bolsas e um bom salário. O apoio do Geração Olímpica foi crucial”, diz Adailton.

Adailton planeja apoiar o boxe desde a base, formando atletas de alto rendimento e colocando paranaenses na Seleção Brasileira. “Meu ideal é formar campeões. Captamos atletas na região, formamos novos técnicos e árbitros em Curitiba, Londrina e Maringá”, explica.

O projeto incluirá visitas de atletas olímpicos a escolas e comunidades, com treinamento planificado e bases em vários pontos do Brasil. “Queremos fazer do Paraná um polo grande como Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro. Curitiba já é um polo de muay thai e MMA, precisamos evidenciar o boxe”, acrescenta.

Adailton destaca a importância do apoio do Geração Olímpica e Paralímpica, do Governo do Paraná. Criado em 2011, o GOP é o maior programa estadual de incentivo ao esporte na modalidade bolsa-atleta. Em 2024, o programa terá um investimento de R$ 5,2 milhões pela Copel.

“Quando cheguei em Curitiba, comecei a dar aula como voluntário e descobri o Geração Olímpica, que me manteve aqui por um bom tempo”, lembra. “Com o projeto a todo vapor, o GOP será um aliado importante para continuar formando na base”, concl

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