Curitiba é a segunda capital brasileira com mais mortes em acidentes com trem e outros veículos ferroviários, enquanto o Paraná é o terceiro estado com mais óbitos nesse tipo de ocorrência. É o que revela um levantamento do Bem Paraná, feito com base no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.
Na noite de terça-feira (22), inclusive, por muito pouco não houve mais uma tragédia. Na ocasião, um acidente envolvendo um trem e um ônibus biarticulado deixou 11 pessoas feridas na Avenida Paraná, no bairro Cabral. Por sorte ninguém morreu, mas o impacto da colisão do trem no veículo de transporte público foi tão forte que a sanfona que articulava o coletivo se soltou, dividindo o ônibus em duas partes.
Conforme os dados oficiais, ao longo de cinco anos (entre 2019 e 2023, último período com estatísticas consolidadas) o Brasil registrou 739 mortes em acidentes ferroviários. Rio de Janeiro (com 210 óbitos) e São Paulo (com 193) são os estados com tragédias. O Paraná, no entanto, aparece na terceira posição, com 129 falecimentos. Foram 22 registros em 2019, 26 em 2020, novamente 26 em 2021, 30 em 2022 e 25 em 2023.
Em Curitiba
Das 129 mortes provocadas por acidentes com trem ou outros veículos ferroviários no Paraná, 31 foram anotadas em Curitiba. A cidade, inclusive, é a segunda capital brasileira com mais mortes nesse tipo de ocorrências. Apenas o Rio de Janeiro (com 107 óbitos) registrou mais tragédias nos cinco anos analisados. Além disso, houve um aumento recente nas ocorrências em Curitiba, que passaram de quatro mortes em 2022 para sete em 2023 – um aumento de 75%.
No acidente da noite de terça, o motorista do ônibus disse que não ouviu o apito do trem. Já a concessionária Rumo, em nota, declarou que o maquinista acionou a buzina e os freios de emergência. No entanto, devido ao tamanho e ao peso da locomotiva, não foi possível parar a tempo de evitar a colisão.