A educação e, consequentemente, a cultura são as molas propulsoras para o bem e o desenvolvimento dos países; quando essa percepção não atinge governo e população, atividades paralelas e costumes pouco relevantes se sobrepõem àquilo que realmente importa e interessa para o crescimento pessoal e coletivo.
Inúmeras vezes normatizamos e somos complacentes com os erros interpretativos, simplesmente porque não lemos e, portanto, não deciframos os textos que compõem jornais ou livros. Não é raro colocarmos uma toga imaginária para ditarmos, através da “interpretação” dos títulos de relatos, o que achamos, o certo ou o errado sobre algo que sequer visualizamos. A capa é um detalhe, o que valida aquilo que deve chegar até nós é o conteúdo.
No Brasil, com uma população de 203,1 milhões de habitantes, conforme o Censo 2022 do IBGE, apenas 16% das pessoas acima de 18 anos adquiriram livros nos últimos 12 meses de 2023, de acordo com a pesquisa da Câmara Brasileira do Livro (CBL), conduzida pela Nielsen BookData.
O mercado nacional conta com 25 milhões de consumidores, sendo que 74% realizaram suas compras mais recentes no último trimestre de 2023, conforme apontado pelo “Panorama do Consumo de Livros”. A análise do perfil do público leitor no país e os motivos que afastam as pessoas da leitura revelam um problema cultural predominante.
O perfil dos leitores no Brasil não é determinado pela idade, pois os compradores de livros estão distribuídos proporcionalmente entre as diferentes faixas etárias. Gênero, classe sociodemográfica e nível de escolaridade são fatores cruciais para definir o público leitor. As mulheres representam 57% dos compradores nacionais, indicando uma inclinação do público feminino para a compra de livros.
A questão econômica também desempenha um papel significativo, com as classes A e B contribuindo de maneira expressiva para as vendas, enquanto as classes C, D e E apresentam menor participação. A escolaridade surge como o fator mais determinante, visto que nove em cada dez consumidores leitores têm níveis de escolaridade acima do Ensino Médio.
A pesquisa da CBL destaca que a maioria dos compradores também são leitores, sendo que 74,5% dos livros adquiridos recentemente eram destinados ao próprio comprador. Além disso, a preferência por compras online é evidente, superando as vendas em lojas físicas, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.