Marido que simulou assalto para matar esposa usou celular dela para enviar mensagem no grupo da família após crime

Fernando Carrer
Fonte: G 1

Adriano Forgiarini, de 37 anos, usou o celular de Jaqueline Rodrigues Pereira, da mesma idade, para enviar uma mensagem no grupo da família. Isso aconteceu depois de ela ser morta com um tiro. As informações foram divulgadas por Walcely de Almeida, delegado da Polícia Civil (PC-PR). Segundo a investigação, Adriano forjou um assalto para assassinar a esposa. O crime aconteceu em São Miguel do Iguaçu, no oeste do Paraná.

A defesa de Adriano disse que está acompanhando o caso, mas não irá se manifestar no momento “para respeitar o andamento da investigação”. Ele foi preso pelo crime de feminicídio, na tarde de sexta-feira (26), em um hotel da cidade, 13 dias depois da morte de Jaqueline.

A conversa no grupo da família registrou o contato de Jaqueline enviando, às 5h31 do dia 13 de setembro, uma mensagem com “bom dia povo”. De acordo com a apuração do delegado, ela foi morta às 5h20 – 11 minutos antes.

“Eles [familiares] acharam a mensagem estranha, porque ela não tinha mania de fazer aquele tipo de mensagem”, contou o delegado.

O grupo no aplicativo de mensagens foi feito para organizar a comemoração do aniversário da mãe de Jaqueline, que seria mesmo dia do crime.

O delegado explicou que confirmou os horários por meio de uma câmera de segurança da casa do casal. Somente as imagens gravadas na varanda não foram apagadas e, assim, foi possível ver a movimentação no imóvel pelo reflexo da porta de vidro, com áudio.

E a partir do que a gente tinha de cena do crime, com ajuda da família que deu alguns detalhes, e com os áudios, nós conseguimos chegar à conclusão que ele disparou na cabeça dela por volta das 5h20 da manhã, na cama ainda”, o delegado explicou à RPC, afiliada da TV Globo no Paraná.

O tiro em Adriano foi no peito, de forma superficial. No dia do crime, ele foi levado ao hospital em estado grave, o que, segundo a polícia, reforçou a versão de que os dois tinham sido vítimas de criminosos. No entanto, o ferimento do homem foi causado por ele mesmo.

A suspeita também é de que o corpo de Jaqueline foi arrastado até a área. A arma do crime foi encontrada na propriedade da família.

Conforme o delegado, desde o início da investigação havia suspeitas sobre o relato de Adriano. Ao longo de quase duas semanas, os investigadores ouviram testemunhas, e reuniram provas que indicaram a participação dele no crime.

Jaqueline havia se curado de um câncer de mama em março deste ano e, de acordo com a família, estava há 12 anos com Adriano. O casal tem um filho de 11 anos.

O caso é tratado pela polícia como feminicídio por motivo fútil. A motivação, entretanto, não foi divulgada.

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