O clima de incerteza ainda paira sobre a Câmara Municipal de Matinhos, no Litoral do Paraná, após dois episódios que abalaram o Legislativo em menos de um mês. O técnico de informática Andrei Felipe da Silva Lopes, de 43 anos, funcionário da Casa há duas décadas, foi encontrado morto nesta segunda-feira (18), em uma área de mata no Morro do Escalvado, próximo ao Centro da cidade.
O desaparecimento e a descoberta do corpo
Andrei estava desaparecido desde o dia 4 de agosto. Na manhã daquela data, o sobrado onde ele morava amanheceu fechado, e desde então não havia mais notícias sobre o servidor. Familiares, amigos e vizinhos acompanharam angustiados as buscas, que mobilizaram equipes policiais e cães farejadores.
O corpo foi localizado embaixo de uma árvore, a poucos metros de residências próximas, em uma trilha de difícil acesso. A esposa de Andrei foi vista organizando os preparativos para o velório, que deve ocorrer ainda nesta semana.
O escândalo da câmera no banheiro
Quatro dias antes do desaparecimento de Andrei, uma funcionária da Câmara encontrou uma câmera escondida no banheiro feminino do prédio legislativo. O equipamento estava camuflado dentro de um interruptor de luz, levantando suspeitas de espionagem dentro do ambiente administrativo.
O episódio causou indignação e gerou especulações sobre a ligação entre o escândalo da câmera e o desaparecimento do servidor. No entanto, segundo fontes ligadas à investigação, não existe relação direta entre os dois casos.
Posição da polícia
A Polícia Civil de Matinhos reforçou que Andrei não era considerado suspeito no inquérito sobre a câmera e que a apuração desse episódio continua em andamento, ainda sem conclusão.
Na casa do servidor, foi localizada uma carta deixada para a esposa. Apesar de boatos iniciais, o documento não faz referência ao caso da câmera. O conteúdo é de caráter pessoal e íntimo, segundo pessoas próximas à família.
Mistério continua
Com a morte de um funcionário de longa trajetória no Legislativo e a falta de respostas sobre o dispositivo de espionagem encontrado dentro do prédio, a população de Matinhos permanece em dúvida: há de fato alguma relação entre os casos, ou seriam dois episódios distintos que, por coincidência, abalaram a Câmara em um curto intervalo de tempo?
Enquanto a Polícia Civil segue investigando, a cidade acompanha atônita um dos capítulos mais sombrios da política e da vida pública local.