No último dia 12 de agosto, a Prefeitura de Guaratuba anunciou em suas redes sociais a chegada de 29 acadêmicos extensionistas do 6º ano de Medicina para atuar na rede municipal de saúde ainda neste mês. Segundo a publicação, tudo seria fruto de um acordo entre instituições de ensino, firmado por meio de um programa de cooperação técnica e educacional com o Grupo Solução Assistencial/UNIVALI e a Faculdade Intesp.
Mas a história não é bem assim. Após a divulgação, a equipe de jornalismo da Rádio Litorânea iniciou uma investigação para entender como funcionaria a suposta “residência médica”. O que se descobriu levanta sérias suspeitas de irregularidades e falta de transparência na gestão municipal.
Primeiro ponto: A mencionada Faculdade Intesp, na verdade, não existe mais. O Instituto Educacional São Paulo encerrou suas atividades há algum tempo, como confirmou à nossa equipe no dia 14 de agosto. Questionados sobre desde quando haviam fechado, representantes da instituição responderam de forma ríspida e se recusaram a dar detalhes.
Segundo ponto: Em contato com a Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), em Itajaí, o próprio coordenador do curso de Medicina, Dr. Pablo Sebastian Velho, negou qualquer vínculo acadêmico ou administrativo entre a universidade e a Prefeitura de Guaratuba.



Terceiro ponto: Pouco tempo depois da repercussão, a prefeitura apagou a publicação original de suas redes sociais, incluindo a foto dos supostos estudantes e o texto explicativo.

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Comunicação do município disse que encaminharia os questionamentos ao secretário de Saúde, mas até o momento nenhuma resposta foi dada.
Diante dos fatos, cresce a indignação, estaria a população de Guaratuba sendo vítima de mais uma mentira da atual gestão? Onde está o Ministério Público do Paraná, que deveria fiscalizar situações como essa, que atentam contra a confiança da sociedade?
Enquanto isso, a cidade segue mergulhada em dúvidas, sem informações claras e com a sensação de estar sendo enganada por aqueles que deveriam prezar pela verdade e pelo bem público.