A Grande Curitiba tem potencial para ampliar em 92 quilômetros a rede de transporte público coletivo de média e alta capacidade (TPC-MAC) até 2054, segundo o Boletim Informativo nº 4 do Estudo Nacional de Mobilidade Urbana (ENMU), realizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Ministério das Cidades.
Com mais 92 km, o sistema alcançaria 206 quilômetros (km) de expansão e ampliando de 618 mil para 978,1 mil o número de pessoas que utilizam diariamente corredores de transporte mais eficientes. A rede base atual conta com 114 km de extensão.
Somadas, as 21 maiores regiões metropolitanas (RMs) do país tem potencial para expandir em cerca de 2.500 km as redes de TPC-MAC até 2054. Segundo esta edição do ENMU, as Redes Futuras de transporte incluem novos trechos de metrôs, trens, veículos leves sobre trilhos (VLT), bus rapid transit (BRT) e corredores exclusivos de ônibus.
No caso da capital paranaense, a principal ampliação prevista seria em BRT ou VLT – aumento em 72 km.
Em Curitiba, a chamada Rede Futura elevaria de 23,7% para 32,9% o indicador que mensura o percentual da população de uma região metropolitana que reside em um raio de até 1 km de estações de sistemas de TPC-MAC, considerando BRTs e sistemas de trilhos. Chamado de PNT (People Near Transit), o indicador foi criado pela organização global Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP).
“Estamos fortalecendo o planejamento urbano com base em dados concretos, que nos permitem identificar prioridades e orientar ações de médio e longo prazo. Nosso foco, com a mobilidade urbana, é tornar o transporte coletivo mais eficiente, dinâmico e sustentável, assegurando qualidade de vida à população. Reduzir o tempo de deslocamento, com conforto e segurança, transforma a forma como as pessoas vivem, acessam oportunidades e se relacionam com as cidades”, afirmou o ministro das Cidades, Jader Filho.
“O investimento em corredores de transporte mais eficientes é uma política pública necessária para ampliar o acesso a oportunidades e melhorar a qualidade de vida das pessoas, especialmente das populações mais carentes. Além disso, contribui para o aumento da produtividade e a dinamização da economia nas grandes cidades. Na região metropolitana de Curitiba, a expansão projetada significa um acréscimo de 81% na rede base atual, com efeitos também para redução do número de acidentes e das emissões de poluentes e gases do efeito estufa, além do melhor uso do espaço público”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
O Boletim Informativo nº 4 apresenta também o incremento potencial na cobertura dos serviços, com efeitos progressivos no atendimento às populações mais carentes. Com a implantação das Redes Futuras propostas pelo ENMU, mais de 80% das RMs atingiriam 30% de toda a população residente no raio de até 1 km de estações de TPC-MAC, sendo que as RMs da Baixada Santista, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo atingiriam acima de 40%. Atualmente, a média da cobertura, considerando as 21 RMs, é de 13% da população.