O presidente Jair Bolsonaro (PL) condicionou a ida aos debates do primeiro turno à presença do ex-presidente Lula (PT), líder na corrida presidencial segundo a mais recente pesquisa Datafolha.
“Talvez eu compareça. Vamos esperar. Eu fecho agora, se o Lula for vou junto com ele”, disse Bolsonaro na sexta-feira (03) em Foz do Iguaçu (PR).
Na terça (31), ele disse que comparecerá aos debates se chegar ao segundo turno – mas não confirmou participação nos debates a serem realizados no primeiro turno das eleições deste ano.
“No segundo turno, vou participar. Se eu for para o segundo turno, devo ir, né, vou participar. No primeiro turno, a gente pensa. Porque se eu for, os dez candidatos ali vão querer todo o tempo dar pancada em mim. E eu não vou ter tempo de responder para eles. Vai fazer pergunta para outro, vão dar pancada em mim, depois a pergunta para outro”, declarou.
“Vamos analisar isso aí porque eu acho que debate teria que ser para ter perguntas pré-acertadas antes, com os encarregados de fazer o debate, para não baixar o nível”, prosseguiu.
Bolsonaro também voltou a defender o voto impresso, já rejeitado pelo Congresso Nacional, e a lançar dúvidas sobre a segurança das urnas eletrônicas como sempre, sem apresentar qualquer prova.
Pesquisas eleitorais realizadas nos últimos meses, com nomes dos pré-candidatos já anunciados à Presidência da República, indicam a possibilidade de segundo turno entre Bolsonaro e o ex-presidente Lula.
Veja os dados mais recentes do Datafolha, divulgados na última semana:
Em 2018, Bolsonaro participou de apenas dois debates eleitorais – ambos, no primeiro turno. O então candidato foi alvo de um atentado a faca em Juiz de Fora (MG) no dia 6 de setembro daquele ano, faltando um mês para o primeiro turno, e não voltou aos debates em seguida por orientação médica.
Bolsonaro foi para o segundo turno com o candidato do PT, Fernando Haddad, mas anunciou que também não participaria de debates naquela etapa da campanha. Com o anúncio, as emissoras de rádio e TV cancelaram os debates programados.
Médicos que acompanhavam a saúde do presidente informaram que, naquele momento, ele estava liberado para ir aos compromissos.