O Rio Ribeira, que passa pelos estados do Paraná e de São Paulo, foi contaminado por óleo combustível após um vazamento que teve origem em uma empresa metalúrgica desativada. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (2) pelo Instituto Água e Terra (IAT), vinculado à Secretaria do Desenvolvimento Sustentável do Paraná. A Secretaria de Meio Ambiente de Adrianópolis (PR) informou, no dia 26 de junho, que o vazamento partiu da antiga Plumbum e representava risco de contaminação nas cidades sob influência direta das águas: Itaoca (SP), Iporanga (SP), Eldorado (SP) e Adrianópolis (PR). Na ocasião, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) chegou a instaurar um procedimento.
A Plumbum do Brasil Ltda., de onde partiu o vazamento de substância oleosa que atinge o leito do Rio Ribeira de Iguape, suspeita que os tanques tenham sido sabotados. Ao g1, a empresa informou que a companhia atuava como metalúrgica e está desativada há 30 anos (veja o posicionamento adiante).
Segundo a agente fiscal e engenheira química do IAT, Alessandra Pauka, foi encontrado um grande volume de óleo combustível vazando do local onde funcionava a empresa. “Esse óleo ficou retido e agora a tubulação do transporte do óleo rompeu. A contaminação do rio está bastante grave”, disse Alessandra Pauka, por meio de vídeo.
De acordo com ela, a vistoria também contou com a presença de representantes da Secretaria de Meio Ambiente de Adrianópolis e do Ministério Público de São Paulo (MP-SP). O que diz a empresa
A Plumbum do Brasil Ltda. informou que houve “uma sabotagem e alguém abriu tanques com BPF piche (óleo para asfalto)”. Os tanques já estão fechados e está sendo providenciada a limpeza por onde o óleo escorreu.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) enviou uma notificação formal à empresa, na segunda-feira (30), determinando medidas emergenciais para contenção do material a fim de conter os impactos ambientais. Veja abaixo:
Instalação de barreiras de contenção na área de lançamento;
Coleta e análise da água em pontos estratégicos do rio;
Limpeza das áreas afetadas, incluindo instalações industriais e rede de drenagem;
Armazenamento adequado dos resíduos contaminados;
Apresentação de documentação sobre eventuais embargos ou termos de ajustamento de conduta.
De acordo com o Ibama, caso haja descumprimento total ou parcial, o dono da empresa poderá sofrer sanções administrativas, conforme a legislação ambiental.
À reportagem, a empresa informou que os trabalhos para cumprimento das medidas solicitadas são realizados desde terça-feira (1). Segundo a companhia, os funcionários estão trabalhando intensivamente para resolver mais rapidamente possível o ocorrido.
A empresa também informou que está providenciando análises químicas detalhadas em torno da unidade para ter 100% de segurança que não houve contaminação na água do rio. Ainda de acordo com a companhia, o óleo é bem denso e não contamina o lençol freático.