Imagens mostram o desespero e a revolta da população logo após o atropelamento de cinco crianças, em faixa de pedestre de Ceilândia, nesse domingo (22/5). Indignado, um homem usou um capacete para atingir a cabeça do motorista responsável pelo acidente, Francisco Manoel da Silva, 53 anos.
As cenas mostram as crianças feridas no chão, após o atropelamento, enquanto a população tenta ajudá-las. “Acabou de atropelar quatro crianças, na minha frente, aqui ó. Eu e o parceiro fechou ele. Ele ia fugir, mano. O cara está bêbado, o desgraçado”, desabafou o autor do vídeo.
As vítimas foram identificadas como Ester Isabely, 10 anos; Maria Eduarda, também 10; Ana Julia e Bruna Raquel, ambas de 6 anos, e Sofia Valentina, 4 anos.
Durante a gravação, o autor das imagens mostrou preocupação com as vítimas. “Chega estou me tremendo todinho, moço. Cê é louco, mano? Ó as crianças, véio”, desabafou o homem, com a voz embargada.
Ao mesmo tempo, as imagens mostram Francisco sentado no chão com o rosto ensanguentado, após tentar fugir do local do atropelamento. “Vagabundo do c*. Arrombado”, disparou o autor do vídeo. Na sequência, o motorista levou uma “capacetada” na cabeça.
Por pouco, Francisco não acabou linchado por populares revoltados. Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), o motorista dirigia o veículo sem Carteira Nacional de Habilitação (CNH). De acordo com a Polícia Militar do DF (PMDF), ele estava bêbado. O caso está na 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Centro).
As cinco meninas atropeladas seguem internadas. Na manhã desta segunda-feira (23/5), quatro estavam em estado grave. Segundo familiares, uma das vítimas aguarda liberação de leito na UTI do Hospital de Base do DF.
Em função da gravidade dos ferimentos, quatro delas — uma, de 4 anos; duas, de 6; e outra, de 10 —, acabaram transferidas para o Hospital de Base do DF (HBDF).
A quinta vítima, também de 10, apresentava escoriações, estava consciente e orientada e foi levada para o Hospital Regional da Ceilândia (HRC).
Na hora do atendimento do Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF), os militares identificaram que elas tiveram traumatismo craniano e múltiplas fraturas.