Monitoramento revela riqueza da fauna na Serra do Mar paranaense

Cleomar Diesel
Áreas preservadas pela Copel são refúgio para reprodução de grandes mamíferos ameaçados Foto: Copel

A Serra do Mar paranaense é lar de uma variedade de grandes mamíferos, incluindo espécies vulneráveis, que estão sendo monitorados por especialistas por meio de câmeras acionadas pelo movimento dos animais. Equipamentos instalados em áreas preservadas pela Copel já registraram a presença de 24 espécies, entre elas o gato-macarajá, a anta e a queixada, que estão nas listas oficiais de animais em risco de extinção.

Esse trabalho faz parte do Programa Grandes Mamíferos da Serra do Mar, coordenado pelo Instituto Manacá e pelo Instituto de Pesquisas Cananéia, com o objetivo de obter registros periódicos da presença desses animais nas áreas de Mata Atlântica. Segundo a bióloga da Copel, Vanessa Barreto da Silva, “os grandes mamíferos são particularmente sensíveis à perda de habitat e sofrem os efeitos diretos e indiretos das ações humanas, sendo as primeiras a desaparecer dos ecossistemas mais impactados”. Portanto, são consideradas espécies-chave para avaliar o estado de conservação de uma área e orientar ações estratégicas de recuperação e proteção.

Os vídeos mais recentes do monitoramento mostram fêmeas com filhotes e indivíduos jovens, um indicativo importante para os pesquisadores. “Isso demonstra que as espécies usam a área como refúgio para reprodução e que as populações desses animais estão se mantendo”, destaca Vanessa.

A Copel preserva atualmente mais de 10 mil hectares de Mata Atlântica na Serra do Mar, abrangendo os municípios de São José dos Pinhais, Guaratuba, Piraquara e Morretes. Esta área faz parte do maior contínuo conservado desse bioma, que possui uma das mais altas taxas de biodiversidade do planeta.

Desde a implementação do monitoramento, foram registradas 24 espécies de mamíferos, incluindo a anta (Tapirus terrestris), a queixada (Tayassu pecari), a onça-parda (Puma concolor) e diversas espécies de veados. A anta foi a espécie mais registrada, com 35 ocorrências, seguida pela queixada e pelo veado-mateiro-pequeno.

Os pesquisadores também notaram uma quantidade significativa de registros de cães domésticos nas áreas monitoradas, o que pode indicar atividades de caça ou extração de recursos florestais, como o palmito. A pressão das atividades humanas, especialmente a caça, representa um fator negativo para a conservação dos grandes mamíferos.

O trabalho contínuo de monitoramento é crucial para garantir a proteção da fauna e da flora nativa da Serra do Mar, contribuindo para a preservação desse importante ecossistema.

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