Nesta terça-feira (1º), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a venda da Amazonas Energia para a Âmbar Energia, empresa pertencente ao Grupo J&F, dos irmãos Wesley e Joesley Batista, envolvidos na operação Lava Jato. A venda, no entanto, veio acompanhada de condições rígidas. A Aneel reduziu as flexibilizações de obrigações de R$ 14 bilhões para R$ 8 bilhões, que serão repassados aos consumidores.
A Âmbar Energia e a Amazonas Energia devem, além disso, renunciar ao direito de contestar o processo na Justiça. A empresa tem 24 horas para informar se aceita as condições estabelecidas pela Aneel.
A venda também trouxe à tona questionamentos políticos. Segundo informações da coluna de Cláudio Humberto, do Diário do Poder, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, foi criticado por se reunir 17 vezes fora da agenda com executivos da Âmbar Energia. Após esses encontros, o presidente Lula (PT) assinou uma medida provisória que transferiu para a conta de luz dos brasileiros uma dívida bilionária da Amazonas Energia, favorecendo diretamente a empresa dos irmãos Batista.
Entenda a medida
A medida provisória assinada por Lula altera as regras para distribuidoras de energia com dificuldades financeiras, beneficiando a Amazonas Energia. A empresa, que estava em negociação com o Grupo J&F, buscava se livrar de uma multa de mais de R$ 1 bilhão da Aneel por descumprimento de contrato.
A operação levanta preocupações sobre o impacto no custo da energia para os consumidores e as relações políticas envolvidas no processo.