Assembleia Legislativa aprova privatização da Ferroeste no Paraná

Cleomar Diesel
Foto AEN

Nesta segunda-feira (26), a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) aprovou o projeto de lei que autoriza a privatização da Ferroeste, estatal que atualmente administra o trecho ferroviário de 248 quilômetros entre Guarapuava e Cascavel. Com a aprovação, o projeto segue para sanção do governador Ratinho Júnior.

A Ferroeste, cuja participação estatal é de 99,6%, será submetida a um processo de desestatização com o objetivo de atrair novos investimentos no setor ferroviário, reduzir custos logísticos para o setor produtivo e apoiar a expansão das cooperativas e da produção agropecuária no Paraná. A privatização também visa promover o desenvolvimento da matriz econômica estadual e fortalecer o comércio exterior.

O projeto acompanha duas tendências nacionais: o aumento do transporte de granéis agrícolas por ferrovias, que registrou crescimento em 2023, e a expansão de investimentos em modais alternativos ao rodoviário. Atualmente, a Ferroeste representa apenas 0,1% do investimento ferroviário no Brasil, que totalizou R$ 6,4 bilhões em 2022.

Com a aprovação da lei, o Governo do Estado contratará um estudo para definir a melhor modelagem do processo de privatização, que deve ser concluído por meio de um leilão na B3, em São Paulo. O processo de desestatização, que pode durar até 18 meses, incluirá novos investimentos na ferrovia e no terminal da empresa em Cascavel.

Entre os principais ativos da Ferroeste está a concessão da ferrovia entre Guarapuava e Dourados, no Mato Grosso do Sul, por mais cerca de 60 anos, com possibilidade de prorrogação por mais 90 anos. A empresa também possui autorização para explorar ramais ferroviários que conectam sua malha a outras regiões, como Guarapuava-Paranaguá e Cascavel-Foz do Iguaçu.

O projeto de modernização inclui ainda a ampliação do Terminal Multimodal no Oeste, com melhorias estruturais para atender as cooperativas e produtores que exportam por Paranaguá.

Em 2023, a Ferroeste transportou 1 milhão de toneladas de cargas, principalmente soja e proteína animal, entre Cascavel e Guarapuava, com destino ao Porto de Paranaguá. A privatização visa garantir a sustentabilidade da operação e atrair os investimentos necessários para a modernização da ferrovia, que enfrenta um cenário de prejuízos acumulados, limitando seu potencial de crescimento e desenvolvimento.

Com a privatização, espera-se que a Ferroeste contribua para a ampliação da matriz logística do Paraná, essencial para o escoamento da produção agrícola e o fortalecimento do comércio exterior, especialmente em um contexto de crescente demanda por transportes de carga eficientes e sustentáveis.

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