Pesquisadores estão conduzindo um monitoramento trimestral da fauna de répteis e anfíbios na área impactada pela construção da Ponte de Guaratuba, que já ultrapassou os 11% de conclusão. Esta iniciativa visa minimizar os impactos ambientais na região, conforme exigido pelo contrato entre o Governo do Estado e o Consórcio Nova Ponte, responsável pelas obras, sob a supervisão do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR).
Répteis e anfíbios desempenham papéis cruciais nos ecossistemas aquáticos e terrestres, ajudando a manter o equilíbrio natural ao controlar populações de insetos. Além disso, algumas espécies são vitais para a polinização e dispersão de sementes, contribuindo para a manutenção e recuperação da flora nativa.
“O monitoramento na região da nova ponte é essencial para avaliar a conservação dos remanescentes florestais da Mata Atlântica e identificar possíveis impactos sobre as populações locais”, afirmou a bióloga Aline Prado, do Consórcio Nova Ponte.
Como parte das condições da Licença de Instalação da Ponte de Guaratuba, o monitoramento dá prioridade a espécies ameaçadas, como a tartaruga-verde (Chelonia mydas). Até o momento, o monitoramento resultou no registro de várias espécies, incluindo o cururu-da-mata (Rhinella ornata), a perereca (Scinax littoralis), a rã-do-folhiço (Adenomera marmorata), o papa-vento (Enyalius iheringii), a cobra-cipó (Chironius fuscus) e a coral-verdadeira (Micrurus corallinus).
Metodologia de Monitoramento
A metodologia utilizada inclui o uso de baldes enterrados ao nível do solo para capturar répteis e anfíbios em movimento, que são posteriormente soltos na natureza. O objetivo é identificar os animais e registrar fotograficamente as espécies.
Para os anfíbios, a identificação ocorre principalmente pelo canto, facilitando a determinação das espécies e o sexo dos indivíduos. Durante o monitoramento, os pesquisadores registram informações sobre as vocalizações e vestígios reprodutivos, como desovas e girinos.
Os pesquisadores também realizam registros visuais de animais aquáticos e semiaquáticos, utilizando câmeras e binóculos para observar tartarugas e jacarés em pontos estratégicos próximos à obra. As informações coletadas, incluindo espécies, número de indivíduos, comportamento e localização geográfica, são comparadas com os dados do trimestre anterior.
Este trabalho contínuo é fundamental para garantir que os impactos ambientais da construção da ponte sejam minimizados, preservando a biodiversidade e a saúde dos ecossistemas locais.
